Apesar do aumento na passagem de ônibus em Curitiba em abril, a queda no preço da gasolina manteve a cesta de tarifas estável, com alta de apenas 0,12%. Já o álcool, produto que mais subiu entre os pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), não é levado em conta no cálculo da cesta.
Apesar do início da colheita da cana-de-açúcar nas usinas, o produto subiu 10% no mês, enquanto a gasolina ficou estável. Aliás, o Paraná teve a gasolina mais barata do país em abril, a R$ 2,38 o litro, e uma das menores margens de lucro nos postos, de 10%, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo.
Curitiba também apresentou o litro da gasolina mais barato entre as 16 capitais pesquisadas, a R$ 2,35, e a segunda menor margem de lucro, de 9%.
Já no caso do álcool, o estado tem o terceiro menor preço, a R$ 1,65, com margem de 13%, preço semelhante ao da capital. Em relação à variação de preço ante março, em Curitiba ele só caiu menos que em Goiânia (GO). O álcool está 13% mais barato que no mesmo período do ano passado. Nas últimas quatro semanas, ele caiu 4%.
Já a tarifa do ônibus urbano subiu para R$ 1,90, no último dia 23. O impacto na cesta de tarifas foi dividido em dois: 0,58% em abril e mais 4,74% em maio. Mesmo assim, este mês a gasolina deve novamente segurar o preço da cesta de tarifas, estimada em 0,44%.
A cesta deve sofrer elevação em junho, quando são autorizadas remarcações para a energia elétrica e o telefone fixo. No ano passado, ambas tiveram reajustes negativos, o que faz com que a cesta dos últimos 12 meses seja negativa, com queda de 0,35%. A variação é bastante inferior à inflação do período, que foi de 3%, medida pelo IPCA. Outro fator que vem influenciando as tarifas para baixo é a valorização do real, já que algumas tarifas são estabelecidas com base em variações de preço de produtos cotados em dólar. Este é o quarto mês em que a cesta dos 12 meses anteriores é negativa, realidade que se acentuou a partir do segundo semestre de 2005. Até então, ela se mantinha acima da inflação.
No acumulado de 2007, as tarifas caíram -1,05%, influenciadas pela gasolina, que já caiu 6,5%.
"Vai sobrar um pouquinho de dinheiro no bolso da população", diz o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, Ulisses Kaniak. Uma família de quatro pessoas pagou em média R$ 481,73 pela cesta em abril.