Apesar do câmbio desfavorável, a rede de perfumaria e cosméticos O Boticário está ampliando seus planos de internacionalização. A empresa deve fechar 2007 com um crescimento de 20% nessa área, pelo terceiro ano consecutivo, e prepara-se para expandir suas operações nos Estados Unidos, na África do Sul e na Europa. "Devemos entrar em mais um país da Europa (a marca já está presente em Portugal) nos próximos 18 meses", adianta Roberto Garcia Neves, diretor da área internacional. Os alvos no continente europeu são países de cultura latina (como Itália, França, Espanha e Romênia).
A meta do O Boticário, que obteve faturamento de R$ 677 milhões na área industrial e de R$ 2 bilhões na rede de franquias no ano passado, é elevar, no médio prazo, de 3% para 10% a participação das exportações nos seus negócios. Hoje a área internacional gera receitas de R$ 18 milhões por ano para a companhia, que possui uma equipe de 30 pessoas nesse setor. A empresa, que abriu sua primeira unidade fora do país em Portugal, há 20 anos, hoje tem 62 lojas e mais de mil pontos de venda no exterior em 20 países, como Estados Unidos, Japão, Uruguai, África do Sul e Arábia Saudita.
"É um desafio grande já que estamos crescendo no mercado brasileiro e temos um câmbio desfavorável", diz.
Segundo ele, a empresa tem trabalhado para reduzir ao máximo a influência da valorização do real sobre o desempenho no mercado externo. "Qualquer empresa que queira se internacionalizar terá de superar esse impacto. É um processo doloroso, mas que é essencial", diz. De acordo com Neves, graças à redução de custos, investimentos em tecnologia e uma forte ação comercial a empresa tem conseguido acelerar seus planos no exterior.
Até o final do ano, o número de lojas exclusivas fora do Brasil deve passar para 71. Entre os destaques estão a abertura de duas lojas na África do Sul hoje são quatro , e outras três nos Estados Unidos, onde a companhia possui duas unidades. Em Portugal, onde estão 40 lojas, O Boticário vai ampliar o número de quiosques de 8 para 34.
"Mas além da expansão no número de lojas, queremos ampliar as vendas na rede já existente", diz. A companhia deu início, no exterior, ao programa de reformulação de lojas, que está em curso no Brasil, e que inclui mudanças no visual e no conceito das unidades. "Devemos concluir esse projeto dentro de três anos", diz. A empresa possui 2,4 mil lojas no Brasil e prevê um crescimento de 16% nos seus negócios em 2007.