Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entraram em greve ontem. Metade das 32 unidades confirmou por enquanto adesão à paralisação por tempo indeterminado, mas a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, marcada para sexta-feira, está garantida. O Ministério do Planejamento ordenou o corte do ponto dos grevistas.
As paralisações já atingem Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo e Bahia. No Rio, que concentra cerca de 50% dos funcionários do IBGE, quatro das cinco unidades aderiram ao movimento, inclusive a sede do instituto.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística (ASSIBGE), os servidores pedem a saída imediata de Wasmália Bivar da presidência do órgão, assim como dos membros do Conselho Diretor e de chefes de unidade com mais de quatro anos no cargo. "Essa direção no IBGE não nos representa. Eles defendem a contratação de trabalhadores temporários por baixos salários na coleta das pesquisas, o que consideramos que pode comprometer a qualidade dos resultados", disse Susana Drummond, diretora da executiva nacional do ASSIBGE.
Também integram a pauta de reivindicações dos grevistas a realização de concursos públicos para preenchimento de mais de 4 mil vagas no órgão, além de valorização salarial dos servidores ao mesmo patamar de órgãos de gestão, como o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A direção do IBGE se diz impossibilitada de mediar a negociação entre os funcionários e o Ministério do Planejamento, ao qual o IBGE é subordinado, diante da exigência de troca no comando, por parte do sindicato. Para Wasmália, a pauta de reivindicações tem motivação política e não atende a interesses emergenciais dos servidores.
Ela garantiu que a direção não trabalha com a possibilidade de suspensão de divulgações de indicadores como o IPCA (inflação). Se for necessário, o instituto deslocará servidores a Estados mais afetados para garantir a coleta das informações.