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Mercado financeiro

Mesmo com intervenções, dólar recua 5% na semana

 | Joe Raedle/Reuters

São Paulo - As novas intervenções do Banco Central no mercado de câmbio não detiveram a depreciação do dólar, que recuou 5,18% na semana, para terminar vendido a R$ 2,068 – menor valor desde 3 de outubro de 2008. Apenas ontem a queda foi de 2,04%.

O BC foi ao mercado para comprar dólares diretamente das instituições financeiras, uma ação que não tomava desde setembro do ano passado, quando a crise internacional se agravou e passou a pressionar de forma mais intensa a cotação da moeda. Operadores do mercado estimaram que o montante da intervenção ficou entre US$ 250 milhões US$ 300 milhões. Na terça-feira, a autoridade monetária já havia estreado sua nova forma de atuação, que tende a amortecer a depreciação do dólar. Naquele dia, realizou leilão de títulos que girou cerca de US$ 3,7 bilhões.

No ano, a baixa da moeda americana alcança os 11,40%. Para analistas, se a entrada de recursos externos no país se mantiver em ritmo forte, não há limites para o aprofundamento dessa desvalorização.

Explicação

O BC afirmou que não tem por objetivo deter a depreciação do dólar. Segundo a instituição, a atuação ocorreu na tentativa de aproveitar o fluxo positivo para retomar a política de recomposição de reservas internacionais do país. Em outras palavras, o BC estaria aproveitando para elevar sua poupança em dólares, relevante nos momentos de crise. "Não acho que o BC trabalhe com um piso para a cotação, mas ele tem deixado claro que não quer que a moeda caia tanto nem tão rapidamente. O BC está tentando evitar que a depreciação da moeda seja muito intensa, o que poderia se tornar um problema mais à frente", afirma Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Mesmo com a forte queda recente, o dólar ainda está bastante distante das cotações mínimas registradas em 2008. Em agosto do ano passado, a moeda havia descido até R$ 1,559. Na outra ponta, a cotação alcançou R$ 2,536 em dezembro passado, no auge da turbulência financeira.

"Há menos de um ano o dólar rondava patamares muito mais baixos que os atuais’’, diz Maristela Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra. "Mais do que a simples cotação, o BC deve estar vendo um fluxo de recursos muito expressivo ao país. Assim, suas novas atuações devem visar equilibrar um pouco os fluxos e os ânimos do mercado. Temos de lembrar que a crise não acabou."

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