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Mercado

Mesmo sem OGX, Ibovespa fecha em queda; dólar sobe a R$ 2,26

No primeiro dia sem as ações da OGX, petroleira de Eike Batista, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou esta nesta sexta-feira (1º) em queda de 0,45%, a 54.013 pontos. O índice foi influenciado pela baixa da Petrobras com a expectativa para a posição do governo sobre a nova metodologia de preços da estatal. Na semana, houve queda de 0,26%.

Depois de terem subido 30,76% ao longo do dia, os papéis da OGX fecharam com ganho de 7,69%, em R$ 0,14. Nesta quinta, a empresa deixou de compor os índices da BM&FBovespa após ter entrado com pedido de recuperação judicial, na última quarta-feira (30). "A alta que a OGX teve no início do dia foi um movimento natural. Esses papéis de empresas em recuperação judicial viram alvo de especulação e, portanto, ficam expostos a esse tipo de movimentação brusca. O importante é que isso não mais afetará o desempenho do principal índice da Bolsa", diz Julio Hegedus, economista-chefe da consultoria Lopes Filho.

Sem a petroleira OGX, o Ibovespa fica mais previsível, variando segundo as perspectivas de lucro das empresas e da Bolsa. Para o investidor que aplica nos fundos ligados ao Ibovespa, a mudança é boa porque se livra de uma ação que derreteu 93% em 2013, arrastando o índice. O desempenho do Ibovespa nesta sexta foi pressionado pela baixa da Petrobras, cujos papéis mais negociados caíram 2,79%, para R$ 18,86. A proposta da nova metodologia de preços da estatal será avaliada pelo seu Conselho de Administração até 22 de novembro.

As ações ordinárias da companhia, com direito a voto, cederam 2,56% no dia, a R$ 19,04. Juntos, os dois papéis da Petrobras representam mais de 10% do Ibovespa.Em sentido oposto, as ações mais negociadas da Vale subiram 1,86%, a R$ 33,45, após dados terem mostrado aceleração da atividade industrial da China em outubro. O país asiático é o principal cliente internacional da mineradora brasileira.

O Índice de Gerentes de Compras oficial da China atingiu a máxima em 18 meses, de 51,4 em outubro, superando a expectativa de 51,2 em pesquisa da Reuters, enquanto a leitura final do PMI do HSBC/Markit subiu para a máxima em sete meses, de 50,9.No exterior, as Bolsas americanas caminhavam para fechar próximas da estabilidade, após terem atingido suas máximas nos últimos dias. NA Europa e na Ásia, os mercados fecharam o dia no vermelho.

EUA

Os investidores seguem influenciados pelas incertezas sobre quando o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) vai começar a reduzir seu programa de estímulo.Apesar de, na reunião desta semana, ter mantido inalterado o volume de US$ 85 bilhões mensais em compras de títulos públicos, a autoridade indicou que viu melhora na atividade econômica dos EUA, o que levantou dúvidas se o programa será encerrado em dezembro de 2013 ou somente no próximo ano.

Essa incerteza provocou um fortalecimento do dólar em relação a outras moedas globais, especialmente de emergentes. Isso porque parte do valor mensal injetado pelo Fed na economia americana migra para o emergentes na forma de investimentos e, com perspectiva de redução nesse valor, o risco de restrição na oferta da moeda aumenta.O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,94%, a R$ 2,257 na venda. Na semana houve alta de 3,17%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 1,02% no dia e 3,11% na semana, para R$ 2,257.

Tanto o dólar à vista quanto o comercial fecharam na maior cotação desde 27 de setembro, quando estavam em R$ 2,258. Em relação às 24 principais moedas emergentes, o dólar ganhou força sobre 19 hoje.

Alta Prevista

"Já era esperado que o dólar fosse ter alta após o encontro do Fed. Isso só fez com que a moeda voltasse ao nível considerado ideal, entre R$ 2,20 e R$ 2,30, no qual ela deve se acomodar", diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora. "O cenário só muda se a moeda ultrapassar R$ 2,30", acrescenta.

O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse hoje que o BC americano deveria esperar por sinais de que a inflação do país esteja em trajetória de alta antes de começar a reduzir o programa de estímulo monetário. No entanto, ele recusou-se a precisar se acredita que a próxima reunião, em dezembro, seria cedo demais para tomar essa decisão.

Especialistas consultados pela Folha dizem que é improvável uma mudança no programa de estímulo do Fed antes do começo do ano que vem, quando os EUA terão que enfrentar, novamente, a questão do aumento no limite da dívida pública do governo. Além disso, a nova presidente do Fed também deve assumir o cargo no início de 2014.

Nesta sexta, o Banco Central realizou mais um leilão de linha previsto em seu cronograma de atuações diárias no mercado de câmbio, com a venda de cerca de US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 6 de março de 2014.

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