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Contas públicas

Meta de superávit em 2015 deve ser de 1,2%, diz Levy

Levy assumiu o compromisso com a transferência e divulgação de dados tempestivamente, principalmente das contas fiscais | Wilson Dias/ABr
Levy assumiu o compromisso com a transferência e divulgação de dados tempestivamente, principalmente das contas fiscais (Foto: Wilson Dias/ABr)

O futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta quinta-feira (27) que a meta de superávit primário de 2015 será de 1,2% do PIB e não será menor de 2% em 2016 e 2017.

Lendo o primeiro pronunciamento após ser anunciado para o cargo, Levy disse que o objetivo imediato do Ministério da Fazenda é estabelecer uma meta de superávit primário para os próximos três anos compatível com a estabilização e o declínio da dívida bruta em relação ao PIB e considerando o nível de reservas estáveis.

"Para fazer essa trajetória, o superávit deve ser de pelo menos 2% ao ano ao longo do tempo, pelo critério abaixo da linha", disse. No entanto, informou que não será possível alcançar esse patamar em 2015 apesar da melhora do superávit no ano que vem.

"A meta de superávit para 2016 e 2017 não será menor que 2% do PIB. Alcançar esse meta é fundamental para a confiança da economia", disse, ressaltando o seu compromisso também com avanços sociais e econômicos conquistados nos últimos 20 anos.

Transparência

Levy assumiu o compromisso com a transferência e divulgação de dados tempestivamente, principalmente das contas fiscais. Segundo ele, esse compromisso é fator importante para redução da incerteza em relação ao objetivo de resultado do setor público, que sempre é um ingrediente importante para a tomada de risco pelas empresas, trabalhadores e famílias, sobretudo para decisão de investimento em capital físico e humano e compra de equipamento.

O futuro ministro disse que essa confiança é mola "para cada um de nós nos aprimorarmos e o país crescer". Segundo ele, a Fazenda também trabalhará incessantemente para que o Brasil possa ampliar a oferta de bens e produtos com políticas para aumentar a produtividade, acrescentando que a concorrência, o empreendedorismo e a redução de eventuais barreiras também são indispensáveis.

Ele destacou a importância do Congresso Nacional nas outras questões econômicas de envergadura que serão encaminhadas. O novo ministro avaliou ainda que a taxa de poupança tem sido baixa no Brasil.

"Não faltando oportunidade de investimento no Brasil, a nossa prioridade tem que ser o aumento dessa taxa de poupança", disse. Levy também destacou, ao início de sua fala, que suceder o ministro mais longevo da história é mais que uma honra, é um privilégio.

Sem anúncios

Joaquim Levy afirmou que não há nenhuma medida imediata para ser anunciada pela nova equipe econômica. "Algumas coisas estão sendo discutidas, no caminho de reduzir despesas", disse, acrescentando que não se pensa em pacotes. "Temos que olhar todas as despesas que forem possíveis. É um trabalho de reequilíbrio da economia e que envolve diversos instrumentos", disse.

Ao lado de Nelson Barbosa, futuro titular do Planejamento, e de Alexandre Tombini, que permanecerá à frente do Banco Central, Levy avaliou que seria precipitado dar o receituário agora.

Questionado sobre o grau de independência para conduzir a economia no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, ele afirmou que "a autonomia está dada".

"O objetivo é claro, os meios a gente conhece, e há suficiente grau de entendimento dentro da própria equipe", afirmou. Ele ressaltou que, quando se escolhe uma equipe, "há uma confiança". "Eu não tenho indicação nenhuma em sentido contrário."

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