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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (04) que, se for necessário, o governo aumentará a meta de superávit primário. Essa medida, segundo ele, teria como objetivo garantir que o crescimento continue sem que haja nenhum surto inflacionário. O governo anunciou no segundo trimestre que aumentaria a meta do superávit de 3,8% para 4,3% por meio da criação do Fundo Soberano do Brasil, que está em análise no Congresso.

O ministro não forneceu mais informações de quanto poderia ser o novo aumento da meta. "A dose do remédio não deve exceder as necessidade dos paciente que, neste caso, seria abortar o crescimento do País", afirmou pela manhã, durante o seminário "Desenvolvimento Econômico: Outro Quadro Internacional, Novos Desafios", organizado pela revista Carta Capital, na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

À tarde, no entanto, Mantega disse que a possibilidade de o aumento da meta do superávit primário não se faz necessária no momento, porque a inflação dá sinais de desaceleração. "O que eu disse é que, se fosse necessário, usaríamos mais a política fiscal, já que é mais eficiente e menos danosa do que o instrumento monetário", afirmou, argumentando que alta dos juros acaba sendo registrada como despesa para a União.

COMMODITIES

No mesmo seminário, Mantega avaliou que o choque das commodities está "amainando". De acordo com ele, "chegamos no auge da inflação e começamos a descer a montanha. Claro que não posso afirmar que isso será permanente, mas é boa a probabilidade", disse.

O ministro deu como exemplo mais evidente a trajetória descendente do preço do petróleo. Além disso, comentou que os alimentos também vêm apresentando queda. "A inflação mundial nos atinge e some-se a isso o aquecimento da economia brasileira, que vem apresentando expansão superior a taxas históricas", comentou. Para ele, estes dois pontos - inflação mundial e aquecimento doméstico - proporcionam um certo risco da difusão da inflação, que já existe por meio da alta das commodities. "Essa é uma preocupação nossa: impedir que haja uma difusão da alta dos preços", afirmou.

Na avaliação do ministro, a demanda doméstica cresceu além dos limites da sustentabilidade da economia brasileira, encerrando 2007 com expansão de 7,1%, acima do PIB do período de 5,4%. "De fato, a demanda doméstica aqueceu um pouco além do desejado", considerou.

Mantega insistiu na tese de que o principal vetor da inflação é o segmento de alimentos e bebidas, lembrando que até 2006 esse grupo de produtos contribuiu para a baixa da inflação. "Isso é incontestável. Fica difícil, como alguns querem fazer, desmentir que o principal fator de alta da inflação brasileira são os alimentos."

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