O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira que a meta de superávit primário para 2012 é de R$ 139 bilhões. "A Fazenda está fazendo a sua parte, que é a de cumprir o superávit primário cheio. Isto vai ocorrer neste ano e em todos os anos até 2014", destacou. O ministro apontou que "é uma válvula de escape a possibilidade de desconto de R$ 25 bilhões relativos a investimentos no próximo ano."
Contudo, ele ressaltou que o que vale é a meta cheia, pois, neste ano, por exemplo, havia também a possibilidade de desconto de investimentos, mas que não está sendo utilizada. "Tínhamos a meta de superávit primário para 2011 de R$ 117,89 bilhões, que agora subiu mais R$ 10 bilhões e será de R$ 127,8 bilhões. Isso reforça o nosso compromisso fiscal". O superávit primário é a economia do governo para o pagamento dos juros da dívida pública.
Mantega destacou que, devido a essa política rigorosa de ajuste fiscal para os próximos três anos, haverá condições para que os juros continuem em trajetória de queda. "Em dois ou três anos, condição fiscal está dada para os juros seguirem caindo", disse, salientando que o Brasil tem situação fiscal favorável para queda de juros.
Câmbio
O ministro disse que o recente movimento de depreciação do real ante o dólar, que fez com que a cotação atingisse hoje R$ 1,641, é um reflexo da redução dos juros, de 12,50% para 12% ao ano, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Segundo ele, essa mudança está relacionada à fraqueza da economia mundial. "O Brasil está ajudando na valorização do dólar", comentou. "Câmbio a R$ 1,63 ajuda", ressaltou o ministro. "Queda de juros é bom antídoto para combater valorização cambial."
Mantega também destacou que fez efeito para a recente mudança do patamar do câmbio a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente no mercado futuro de dólar. Ele acrescentou que, com o câmbio, as contas externas devem melhorar no 3º trimestre.
Medidas
O ministro da Fazenda afirmou ainda que o maior esforço fiscal e agora, a queda de juros são dois dos principais componentes que o governo adota para impedir que a crise se instale no Brasil. "Não podemos deixar que a crise se instale. Não podemos esperar o pior para tomarmos medidas", comentou.
Segundo Mantega, devido a ação imediata do governo para manter o bom desempenho da economia brasileira, o País deve crescer perto de 4% neste ano e tem potencial para registrar um incremento de 5% em 2012.