Metade dos consumidores ainda tem desconfiança em relação aos descontos oferecidos na Black Friday. E quatro em cada dez dos que participaram do evento no ano passado não pretendem gastar nada neste ano.
Os dados são de levantamento feito pela dunnhumby no Brasil, empresa especializada em ciência do consumidor e que atua em 30 países.
A desconfiança em relação aos preços dos produtos oferecidos chama a atenção, diz Adriano Araújo, diretor-geral no Brasil.
Do total de entrevistados, 54% informaram que não acreditam nos descontos da Black Friday, 18% desconfiam e somente 28% acreditam que os descontos sejam realmente interessantes.
As respostas foram dadas entre os dias 6 e 10 de novembro, período bem próximo ao evento, que acontece neste ano na sexta (27). Foram 450 consumidores das classes A e B entrevistados, pela internet. Entre os que compraram no ano passado, os produtos de maior interesse são computadores, tablets, câmeras e televisores.
Apesar do ceticismo mostrado na pesquisa feita no Brasil, o país está entre os “Top 5” da Black Friday no mundo, segundo outro estudo internacional da mesma consultoria.
A empresa analisou o interesse de consumidores de 34 países pela data, a partir de sites buscadores de internet em que eles digitaram as palavras “Black Friday”.
O Brasil aparece no ranking ao lado de Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Romênia. No ano passado, apareceu entre os seis primeiros países dessa lista. Em 2013, o Brasil apareceu pela primeira vez na lista dos cinco países, com maior interesse nessa data.
“O interesse do consumidor só cresce a cada ano. Chama a atenção o fato de o Brasil ser um dos últimos países a ‘adotar’ o evento, que se consolidou em 2013, e estar nessa lista”, diz Araújo.
Em 2010, os consumidores fizeram buscas com o tema Black Friday com seis semanas de antecedência. No ano passado, foram nove semanas, em média. Em 2015, as buscas começaram com dez semanas de antecedência.
“O consumidor este ano está mais cético, com os descontos, garimpando mais as ofertas. Mas 57%, em tempos de crise, acreditam que essa data pode ajudar nas compras de final de ano”, afirma o diretor.