Empresários do setor metal-mecânico em Maringá, no Noroeste paranaense, estão à caça de mão-de-obra especializada. O Sindicato das Indústrias Metalúrgi-cas, Mecânicas e de Material Elétrico de Maringá (Sindimetal) estima que há, no mínimo, mil vagas de empregos disponíveis e que não são preenchidas facilmente.
O presidente do Sindimetal, Carlos Walter Martins Pedro, explica que há dificuldade para formar profissionais especializados. "Trabalhamos com equipamentos caros e, por isso, nem sempre há nas escolas treinamentos e cursos com essas máquinas."
Entre as opções de contratação estão as agências de emprego e os cursos profissionalizantes. O gerente de capacitação da Agência do Trabalhador da Secretaria do Trabalho do município (SEPT), Ivan Marinho, comenta que, esta semana, havia quase 100 vagas disponíveis no setor de metalurgia. Ele conta que essa média é constante, e os salários para as vagas variam de R$ 500 a R$ 1,5 mil. As mais ofertadas são para torneiro (15%) e soldador (10%). "As empresas exigem muito, pedem cursos de informática, experiência em carteira e outras coisas que dificultam a contratação", explica Marinho.
O técnico de ensino do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Antônio Manoel Santana, garante que a unidade de Maringá tem equipamentos adequados para o treinamento, e a formação é complementada pela prática nas empresas. Ele informa que o Senai planeja inaugurar uma nova unidade ainda este ano em Maringá, com equipamentos mais avançados.
Santana aponta como a causa da falta de mão-de-obra especializada uma inversão nos cursos de formação. "Os cursos técnicos não são difundidos. Para cada curso de nível superior deveria haver cinco cursos técnicos de nível médio, mas ocorre o contrário." Perfil
Em Maringá, o setor emprega mais de 12 mil trabalhadores nas 1,5 mil empresas filiadas ao Sindimetal. Elas trabalham com mais de 150 máquinas sofisticadas para alta produção. O sindicato avalia que a maioria das empresas da cidade é de pequeno e médio porte. Elas têm, segundo o Sindimetal, alta capacidade produtiva, custos competitivos e experiência na exportação de produtos.
O presidente do Sindimetal é otimista quanto ao futuro do setor. Ele comenta que existe a possibilidade de se aumentar a produção das fábricas da região em aproximadamente 40%, pois muitas empresas não operam sequer em dois turnos. "Caso o mercado necessite, podemos ampliar o horário de trabalho e isso demandará mais mão-de-obra", avalia Martins Pedro. Entre os impulsos para a indústria local está a inauguração, até o fim do ano, do Centro Tecnológico de Maringá, com laboratórios para o ensino profissionalizante.