Cerca de 3 mil trabalhadores da fábrica da Bosch na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) entraram em greve ontem por tempo indeterminado. A decisão foi tomada durante assembleia pela parte da manhã.
A categoria tem data-base em 1º de dezembro e está em campanha salarial. Entre as principais reivindicações, os metalúrgicos pedem um aumento real de 3,7% mais a inflação acumulada nos últimos 12 meses (4,13%, segundo o INPC), abono salarial de R$ 2 mil e vale-mercado de R$ 130. Acordo semelhante foi obtido pelos funcionários da indústria de tratores Case New Holland (CNH).De acordo com o sindicato, a última proposta feita pela Bosch é de aplicar somente o reajuste referente à inflação em dezembro de 2009, deixando o aumento real de 3,5% somente para dezembro de 2010. Outra reclamação dos empregados é a divisão do abono salarial em duas parcelas.
Nova proposta
Pela manhã, houve concentração dos metalúrgicos em frente às portas da fábrica na CIC para a votação do indicativo de greve, mas, segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Jurandir Ferreira, logo após a assembleia os trabalhadores retornaram às suas casas. "Ficaremos esperando um novo posicionamento da empresa. Caso haja uma nova proposta, votaremos novamente em assembleia, na manhã desta quarta-feira (hoje), a continuidade ou não da paralisação", diz.
Procurada pela reportagem, a Bosch informou, em nota, que sofreu forte redução em suas vendas em relação a 2008, mas que, ainda assim, "apresentou uma nova proposta ontem [segunda-feira] ao Sindicato dos Metalúrgicos da região". A companhia confirmou que a unidade de Curitiba está parada.
Já o sindicato argumenta que o número de trabalhadores na referida unidade da Bosch caiu de 4,8 mil para 3 mil por causa da crise econômica mundial, por isso a empresa poderia negociar os benefícios pedidos. "A produção está se recuperando e os gastos com pessoal são menores, por isso esperamos uma proposta melhor da empresa", afirmou Ferreira.