Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) reivindicam a estabilidade no emprego dos 9 mil trabalhadores da fábrica da General Motors (GM) no município por até dois anos. O pedido foi apresentado em uma reunião nesta quarta-feira para diretores de Recursos Humanos (RH) locais e da matriz brasileira, de São Caetano do Sul, no ABC paulista. O encontro foi pedido depois da entrevista à imprensa ontem, quando o presidente da GM no Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, falou do atraso nos investimentos na linha de produção por conta da crise financeira global da montadora, que essa semana pediu concordada nos Estados Unidos.
Segundo o presidente do Sindicato de São José dos Campos filiado à Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas), Vivaldo Moreira Araújo, a categoria quer transparência nos valores anunciados para investimentos no Brasil. Em junho do ano passado, a multinacional divulgou que a unidade de São José dos Campos receberia o aporte de US$ 500 milhões para produção de dois dos cinco novos modelos que pretendia lançar no País até 2012. "O novo carro seria lançado em 2010. Queremos saber o cronograma real, porque anunciam que somos independentes dos Estados Unidos mas cada vez mais constamos o contrário", criticou.
O sindicalista quer que a GM assine um acordo de estabilidade, diante das afirmações feitas pelo presidente da GM de que a crise da matriz norte-americana não afetará o Brasil. Durante essa semana serão feitas assembleias informativas com a categoria, enquanto a diretoria do sindicato aguarda uma nova data para negociação que deverá ser agendada pelo RH da GM. "O diretor de RH, Arthur Bernardes, vai levar nossa pauta para o presidente da montadora e marcar um outro encontro", disse Vivaldo Araújo.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos disse que a entidade vai organizar uma campanha para nacionalização da GM e que espera contar com o apoio do sindicato que representa as demais unidades, que ficam em São Caetano do Sul, Gravataí (RS) e Mogi das Cruzes (SP).
Em São José dos Campos são produzidos cerca de 800 veículos por dia dos modelos Corsa, S-10, Meriva, Zafira e Blazer. No dia 1º de junho, 170 trabalhadores deveriam voltar de licença remunerada desde janeiro, mas o período foi renovado até 1º de julho, segundo Vivaldo Araújo. "Também reivindicamos o retorno imediato desse grupo", acrescentou. A assessoria de imprensa da GM informou que não se manifestaria sobre os assuntos.