Metalúrgicos de Curitiba e região metropolitana fazem assembléias na manhã desta quinta-feira para decidir se aceitam a nova proposta salarial, apresentada à tarde pelo Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea), que representa as montadoras de Curitiba e região metropolitana. A tendência, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) é de que trabalhadores rejeitem o novo plano e paralisem as atividades por mais 24 horas.
Nesta quarta-feira, funcionários da Volkswagen e da Renault/Nissan não trabalharam, enquanto os operários da Volvo optaram por iniciar a paralisação hoje. O sindicato estima que a Volks deixou de produzir 800 carros e a Renault, 300. Se a Volvo realmente parar nesta quinta-feira, 7 ônibus e 32 caminhões deixarão de ser produzidos.
A primeira proposta do Sinfavea, recusada pelos trabalhadores na manhã de quarta-feira, era de repasse da inflação dos últimos 12 meses (2,85%), mais aumento real de 1,3% e abono de R$ 150. À tarde, o sindicato patronal ofereceu reajuste de 4,19% neste ano mais 0,78% em setembro de 2007, além de abono de R$ 250. Pelos cálculos do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), isso representa aumento real de apenas 2,1% neste ano menos, portanto, que o mínimo de 3% exigido pelos trabalhadores para retomar o diálogo. No início, eles pediam 5%.
Com isso, o SMC decidiu não negociar mais com o sindicato patronal. "Não há mais condições. Agora vamos falar diretamente com cada empresa", informou Nelson Silva de Souza, vice-presidente do SMC. Souza acredita que o Sinfavea pressiona os trabalhadores do Paraná a aceitarem a proposta com o intuito de validar um acordo feito em São Paulo. "Eles fizeram um acordo lá [em São Paulo] que nós rejeitamos. Mas nele consta que, se algum outro sindicato de outra região conseguir uma proposta melhor, eles também têm de rever a deles." Como a negociação com o Sinfavea não avançou, os metalúrgicos vão negociar com cada montadora de forma independente.
Sem transporte
Na Renault, a paralisação de 24 horas foi decidida em assembléia na entrada do primeiro turno, nesta quarta-feira, às 6 horas. Na Volks, os trabalhadores desse turno voltaram para casa após reunião. Novas assembléias foram realizadas na entrada do segundo turno, à tarde, e do terceiro, à noite. Após a votação do segundo, 1,2 mil trabalhadores da Volks entraram nos ônibus que os levariam de volta para casa, mas, segundo o SMC, a empresa recusou-se a transportá-los. Os operários ficaram dentro dos ônibus por cerca de uma hora e meia, até que a empresa autorizou o transporte.
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