Nove mil metalúrgicos de Curitiba e região metropolitana decidem, nesta quarta-feira (26), se aceitam a nova proposta de reajuste salarial feita pelo Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) ou mantêm a greve. A proposta prevê aumento de 7,44% em dezembro e R$ 1,5 mil de abono em 5 de outubro.
A proposta foi elaborada durante uma audiência de conciliação realizada nesta terça-feira (24) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e Sinfavea. As assembléias devem acontecer às 5h30 e 14h30 na porta das montadoras Volkswagen-Audi, Renault e Nissan.
Os metalúrgicos rejeitaram a última proposta do Sinfavea que previa aumento salarial de 7,44% em janeiro de 2008 e R$ 1,5 mil de abono a ser pago em 5 de outubro. A categoria reivindicava 8,5% de aumento em setembro e R$ 800 de abono a serem pagos em 5 de outubro. Outra opção seria os mesmos 8,5% para janeiro, com R$ 2 mil de abono para 5 de outubro.
Segundo o SMC, os metalúrgicos completaram 35 horas paradas nesta terça-feira. Onze delas seriam abonadas e as 24 restantes compensadas ou descontadas em duas parcelas: metade no salário de outubro e metade em novembro.
Reflexos
A paralisação dos metalúrgicos começou na quinta-feira (20). De acordo com o SMC, nos quatro dias de greve, a Volks deixou de produzir 3.320 veículos. A montadora emprega cerca de 3,6 mil trabalhadores, com média salarial de R$ 1.600,00. Do total da produção, 70% é comercializado no mercado interno e o restante é exportado para países da América e Europa.
A Renault não produziu 2.800 automóveis. Cerca de 80% da produção é vendida no Brasil e o restante é exportado para a Argentina, México, Uruguai e Chile. A montadora francesa instalada no Paraná emprega três mil trabalhadores. A média salarial é de R$ 1.400,00.
Já a Nissan, cuja fábrica é anexa à da Renault, deixou de produzir 360 carros. Cerca de 90% da fabricação é comercializada no mercado interno, com o restante sendo exportado para a Argentina, Uruguai e Chile.