Os metalúrgicos do ABC paulista aprovaram neste sábado (06), em assembléia geral, a proposta feita pelas montadoras de reajuste salarial de 11,01%, o que representa um aumento real de 3,6%. A categoria ameaçava entrar em greve por tempo indeterminado, se o reajuste não fosse considerado satisfatório. "Foi um valor bastante significativo", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre.
A reivindicação inicial dos metalúrgicos era de um reajuste de 12,6%, embutindo a variação acumulada de 7,6% do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), mais um aumento real de 5%. Na negociação com os empregadores, a categoria usou como trunfo o aumento de 26% nas vendas de veículos, o que trouxe fortes ganhos para as montadoras.
Os representantes dos empregadores e do sindicato fecharam acordo às 4h30 deste sábado (06), após 18 horas de reunião. A negociação incluiu os metalúrgicos das cidades paulistas de Taubaté, São Carlos e Tatuí.
Além do reajuste, Nobre afirmou que foi acertada também a elevação do piso da categoria em 12,6%, que passará de R$ 1 110,00 para R$ 1.250,00. Os metalúrgicos receberão ainda um abono de R$ 1.450,00 em setembro. "Com o abono, a reposição real chegará a 5%", disse Nobre.
"A expansão da indústria automobilística no último ano nos colocou em condições de buscar esse aumento dos salários", disse o sindicalista.
A proposta foi aceita também pelos trabalhadores do chamado grupo 8, das áreas de metais não-ferrosos, balanças e laminação. Na próxima segunda-feira, os trabalhadores do setor de autopeças vão se reunir para negociar um reajuste salarial. Essa categoria sempre define seus reajustes, após a negociação dos metalúrgicos da região do ABC.
No último dia 2 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e, em seu discurso, disse aos metalúrgicos que a hora de se lutar por aumentos reais de salário é justamente quando a economia está em crescimento, o que vem acontecendo com o País.
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