O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) e o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal/PR) podem chegar, na segunda-feira, a um acordo sobre o reajuste salarial para cerca de 15 mil trabalhadores do setor no estado, cuja data-base foi ontem, 1.º de dezembro. A proposta, no entanto, não deriva de negociações entre as duas entidades, já que o SMC encerrou as conversas com o sindicato patronal na noite de quinta-feira.
Diante do impasse, foi o Ministério Público do Trabalho que mediou um encontro, ontem, entre patrões e empregados e formalizou uma proposta: 5% de reajuste em fevereiro de 2007, 7% de aumento no piso salarial, 11% para o Fundo de Qualificação (que vai para o sindicato dos trabalhadores), além de 14% de abono salarial que poderia ser pago em três vezes.
A proposta se assemelha muito à que os trabalhadores reivindicam e à oferecida pelo sindicato patronal. O SMC se reunirá com o Ministério Público do Trabalho pela manhã, e o Sindimetal/PR, à tarde.
"Os trabalhadores cansaram de esperar a boa vontade do sindicato patronal para assinar o acordo coletivo", afirma o presidente do SMC, Sérgio Butka. As greves e mobilizações, segundo ele, vão continuar. Ontem, no entanto, não houve paralisações.
Nos últimos dias, o SMC tem fechado acordos individuais com diversas empresas foram 21, segundo o sindicato, atendendo à metade dos 15 mil trabalhadores que participam da campanha salarial. Além de propostas genéricas, relativas ao aumento de piso, abono e pagamento para o Fundo de Qualificação, entram na pauta de discussão benefícios específicos como plano de saúde e Participação nos Lucros e Resultados (PLR), entre outros.
Segundo o presidente do Sindimetal-PR, Roberto Karam, não há como avaliar ainda o impacto das greves até agora. "As paralisações começaram, efetivamente, na quinta-feira. Creio que, se a situação se prolongar, aí sim as empresas terão prejuízos significativos", diz Karam.