O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) começa amanhã o que chama de "arrastão diário de greve" em cerca de dez regiões, como a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), Pinhais, São José dos Pinhais e Campo Largo. Cerca de 30 mil metalúrgicos devem participar das manifestações para pressionar as fábricas a conceder os aumentos pedidos pelos trabalhadores. A data-base para reajuste salarial do setor é 1.º de dezembro. No início da semana, o sindicato planejava convocar uma greve geral a partir de sexta-feira, mas ontem decidiu fazer paralisações de surpresa nas empresas de cada uma das regiões escolhidas.

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O SMC exige, no mínimo, um acordo igual ao que a categoria conquistou em São Paulo – onde os trabalhadores conseguiram o repasse da inflação acumulada em 12 meses, mais um aumento real de 5%. O Sindimetal-PR, sindicato patronal que reúne 3,5 mil empresas na região metropolitana de Curitiba, estaria oferecendo apenas o repasse da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que o SMC estima em 2,65%.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos, que já fechou acordo com outros sindicatos patronais – Sindimáquinas, Sindipeças (autopeças) e Sinfavea (montadoras) –, somente o Sindimetal estaria tentando "negociar para baixo" o reajuste. Nenhum diretor do Sindimetal foi localizado para comentar o assunto. A campanha salarial dos metalúrgicos já paralisou as atividades da Case New Holland (CNH), Suzuki, Trevisan, Mollins, TMT Motoco, Aspro do Brasil, Bosch, entre outras. No total, 12 mil trabalhadores interromperam a produção.

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Na segunda-feira, os 5 mil funcionários da Bosch encerraram a greve iniciada na semana passada. Eles aceitaram a proposta da empresa, de 5,52% de aumento no mês que vem e 2,5% em dezembro de 2007, além de um abono de R$ 700 a ser pago em 3 de janeiro, como complemento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A Bosch também desistiu de implantar a jornada de trabalho aos sábados, que era o plano inicial.

Em setembro, 8 mil operários da Volkswagen, Renault/Nissan e Volvo ficaram parados por quatro dias. No mês passado, durante as negociações com o Sindipeças, 2 mil trabalhadores de 12 fornecedoras da Volks e da Renault/Nissan fizeram uma greve de cinco dias. Cerca de 3,2 mil motores e 7,7 mil veículos – entre automóveis, ônibus e caminhões – deixaram de ser produzidos nas duas ocasiões.