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Curitiba

Metalúrgicos mantêm greve por tempo indeterminado na Renault e Volkswagen

Os cerca de sete mil metalúrgicos das montadoras Renault/Nissan e Volkswagen, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, decidiram manter a greve por tempo indeterminado, em assembléia na manhã desta quinta-feira (4). Segundo José Roberto Athayde, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a decisão foi tomada por maioria absoluta, que rejeitou a nova proposta das montadoras. Na manhã desta sexta-feira (5), uma outra assembléia entre os trabalhadores está marcada para decidir os rumos da paralisação.

O sindicato da categoria pede 5% de aumento real, além de 7,6% referentes a perdas inflacionárias, o que totaliza 12,6% de reajuste; somados a um abono de R$ 1,5 mil. Na noite de quarta-feira (3), segundo Athayde, as empresas propuseram um aumento total de 10% e o pagamento do abono em parcelas, com início em dezembro. "Isso dá pouco mais de 2% de aumento real", reclama Athayde. "Além disso, queremos o pagamento do abono integral imediatamente".

A proposta anterior formulada pelas empresas foi um reajuste de 0,5% de aumento real além dos 7,6% para cobrir perdas inflacionárias, sem abono. O SMC deu um ultimato às montadoras na sexta-feira (29). Como, a proposta foi mantida, na segunda-feira (1º), data-base da categoria, além dos trabalhadores da Renault e da Volkswagen, os cerca de 2,6 mil metalúrgicos da Volvo também pararam, em protesto por 24h, mas na terça-feira (2), decidiram dar mais tempo para as negociações e retomaram as atividades.

Volvo faz acordo

Ainda na manhã desta quinta-feira, os funcionários da Volvo se reuniram com representantes da empresa para avaliar uma nova proposta de reajuste salarial e aceitaram o acordo. Às 9h15, os metalúrgicos aceitaram a nova proposta da empresa, que prevê reajuste de 10% e o pagamento do abono de 1,5 mil integralmente. "O trabalho na Volvo está mantido normalmente", diz Carlos Roberto Ribas Santiago, advogado do Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea).

Santiago não soube dizer como se seguirão as negociações entre metalúrgicos e Renault e Volkswagen. As montadoras, por meio de suas assessorias de imprensa, disseram que não vão se pronunciar individualmente. Completados três dias de paralisação, a estimativa do Sinfavea é que as duas empresas juntas deixaram de produzir aproximadamente cinco mil automóveis.

Na terça-feira (2), a Vara de Trabalho acatou um pedido de interdito proibitório interposto pelo Sinfavea em nome das montadoras, que exige a desobstrução das fábricas para livre trânsito dos trabalhadores.

De acordo com Santiago, advogado do Sinfavea, o interdito não questiona a legitimidade da greve, apenas proíbe que o SMC impeça a entrada de trabalhadores que não aderiram à paralisação.

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