A paralisação dos metalúrgicos da Volvo entrou no terceiro dia nesta quinta-feira (6) e, ao que tudo indica, não será encerrada antes do fim de semana.
Em assembleia na porta da fábrica da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), os funcionários da área de produção decidiram manter o protesto contra a proposta salarial oferecida pela montadora.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), os trabalhadores só voltam a se reunir na manhã de segunda-feira (10), o que significa que a unidade terá deixado de funcionar por pelo menos quatro dias.
“Como a Volvo não apresentou uma proposta que garanta 100% da inflação, os trabalhadores decidiram continuar o protesto, voltaram para casa e retornam só na segunda-feira para ver se tem uma nova proposta”, disse o vice-presidente do SMC, Nelson Silva de Souza.
A fábrica vinha produzindo uma média de 35 caminhões pesados, 12 caminhões médios e cinco chassis de ônibus por dia. Com os dias parados, pouco mais de 200 veículos deixarão de sair das linhas de produção.
Os principais pontos da proposta da Volvo são um reajuste salarial de 4,81% – equivalente a 50% da inflação acumulada em 12 meses, de 9,62% até agosto, segundo o INPC – e um abono de R$ 5 mil.
Empresa
Em entrevista à Gazeta do Povo na terça-feira (4), o vice-presidente de RH e Assuntos corporativos da Volvo, Carlos Morassutti, disse que a empresa vive uma situação atípica e que não tem condições de repassar aos salários toda a inflação acumulada.
Morassutti afirmou que a companhia vem mantendo um excedente de pessoal – de 400 pessoas, segundo estimativas divulgadas meses atrás – ao mesmo tempo em que as vendas caíram 70% desde 2015. Pelos cálculos do executivo, em dez anos os salários dos funcionários da Volvo subiram 40% acima da inflação.
“Quando a empresa vai bem e está ganhando dinheiro, não temos o menor problema em compartilhar os resultados com os funcionários. Mas não é essa a situação atual”, disse.
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