Cerca de 7 mil metalúrgicos das montadoras Renault/Nissan e Volkswagen, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, decidiram manter, por tempo indeterminado, a paralisação iniciada na segunda-feira (1.º) . A greve foi definida em assembléias realizadas na manhã desta terça-feira (2), prorrogando o que no dia anterior foi uma manifestação de 24 horas em repúdio à proposta apresentada pelas montadoras.
Apesar da paralisação nas fábricas da Renault e da Volkswagen, os trabalhadores da Volvo, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que também pararam na segunda-feira, estão trabalhando normalmente desde o início da manhã desta terça-feira, de acordo com a assessoria de imprensa da montadora. Nelson de Souza, metalúrgico da fábrica da Volvo, conta que os cerca de 3 mil funcionários da montadora decidiram, a princípio, manter as negociações. "Resolvemos dar uma carta de crédito à empresa", diz. Os trabalhadores aguardam uma nova proposta da Volvo até a quarta-feira (3), que deverá ser discutida na quinta-feira (4), segundo ele.
De acordo com José Roberto Athayde, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a adesão nas montadoras de São José dos Pinhais é total. "Houve reunião com representantes das montadoras, mas as negociações não avançaram", afirma. Segundo ele, as empresas insistiram em manter a proposta de reajuste de 0,5% de aumento real além dos cerca de 8% para cobrir perdas inflacionárias. O sindicato da categoria pede aumento de 5% de aumento real, além de 8% referentes a perdas inflacionárias, o que totaliza aproximadamente 13% de reajuste; somados a um abono de R$ 1,5 mil.
O primeiro dia de paralisação já trouxe conseqüências para a produção das montadoras. Segundo o advogado do Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea), Carlos Roberto Ribas Santiago, as três empresas juntas deixaram de produzir aproximadamente 1,5 mil automóveis, 1,1 mil motores e 80 caminhões. Ainda de acordo com Santiago, uma nova rodada de discussões entre Renault e Volkswagen e o SMC está marcada para a quarta-feira (3). "Estamos estudando uma nova proposta para apresentar para os trabalhadores", afirma.
