Cerca de 10 mil metalúrgicos das montadoras Renault/Nissan e Volkswagen, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, e Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), pararam todas as atividades nesta segunda-feira (1º), em repúdio a uma proposta de reajuste salarial formulada pelas empresas.
A paralisação de 24h dos trabalhadores já tem conseqüências na produção das montadoras. As três empresas juntas já deixaram de produzir aproximadamente 1.500 automóveis, 1.100 motores e 80 caminhões. O advogado do Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea), Carlos Roberto Ribas Santiago, afirma que os metalúrgicos pararam de trabalhar sem nenhuma razão. "A greve desta segunda deixou as montadoras surpresas. Como estamos negociando com os trabalhadores, não entendemos o motivo disso. Queremos uma explicação, pois há prejuízos de produção", afirma.
Cláudio Grann, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), explica que a paralisação é de advertência e deve durar inicialmente 24h, enquanto a categoria aguarda novas propostas das montadoras para decidir se mantêm os braços cruzados. "Faremos assembléias na manhã desta terça-feira (2). Se não houver acordo, deflagraremos greve por tempo indeterminado", diz.
Na manhã desta terça-feira (2), os trabalhadores do SMC realizam uma reunião para decidir se entram em greve ou voltam às atividades normais.
O sindicato da categoria pede aumento de 13% de reajuste salarial, dos quais 8% corresponderiam a perdas inflacionárias e 5% a aumento real; além de abono de R$ 1,5 mil. Na última terça-feira (26), os metalúrgicos votaram, em assembléia, para negociar diretamente com as montadoras, independentemente do Sinfavea, entidade patronal que representa as empresas, já que as últimas três reuniões entre a SMC e a Sinfavea haviam terminado sem acordo.
De acordo com Grann, as propostas avaliadas pelos funcionários das três empresas na manhã desta segunda-feira foram iguais: os 8% das perdas inflacionárias e 0,5% de aumento real, sem abono. "As propostas foram reprovadas por 100% dos trabalhadores", diz Grann.