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Entrevista

Mídia digital, o meio que mais cresce

Marcelo Tripoli e sua equipe comemoram o bom momento vivido pela agência iThink | Fernando Cavalcanti
Marcelo Tripoli e sua equipe comemoram o bom momento vivido pela agência iThink (Foto: Fernando Cavalcanti)

A mídia digital é o meio que mais cresce no Brasil atualmente e ainda há muito espaço para cresci­­men­­to, diz o publicitário Marcelo Tripoli, CEO da iThink, de São Pau­­lo, considerada a maior agência de publicidade com DNA digital do Brasil. A fatia das verbas de co­mu­nicação que as empresas de­­di­­cam ao meio corresponde a 13,4%, segundo a pesquisa digitalScope, realizada pelo Grupo Con­­­­sultores. Essa mesma pesquisa mostrou que Tripoli é o profissional do mercado digital mais destacado pelos 100 maiores anunciantes entrevistados no levantamento.

Ele fundou a iThink em 2002 junto com Luiz Trindade. Os dois são profissionais pioneiros na internet brasileira com ampla experiência em marketing de engajamento. A agência tem entre seus principais clientes Santan­­der, Johnson’s Baby, Telefonica, TVA, Castrol, Nestlé, Samsung, Vi­­vo, Clean & Clear e Sempre Livre. Na entrevista a seguir, concedida à Ga­­zeta do Povo por e-mail, Tripoli fala da sua conquista, do mercado de mídia digital e dos planos para a iThink.

O que significa para o senhor ser o profissional digital mais destacado do mercado, na opinião dos anunciantes?

Duas grandes notícias marcaram minha carreira este ano. A primeira foi o resultado da pesquisa digitalScope, realizada pelo Grupo Consultores, na qual fui o profissional do mercado digital mais destacado pelos 100 maiores anun­­ciantes entrevistados. A outra foi minha participação no prêmio INFO 2011, promovido anualmente pelo Grupo Abril, concorrendo na categoria Personalidade Tech. São dois fatos que me deixam muito feliz e confiante na trajetória que estamos construindo na iThink. Uma agência que inova a cada dia.

Como o senhor construiu sua carreira para chegar até aqui?

Sou formado em Publicidade e Propaganda pela FAAP e apaixonado por tecnologia e todo o universo digital. No fim da década de 1990 tive minha primeira empresa, a MTM (produtora digital). Em 2000, a MTM foi incorporada pela consultoria de ebusiness Neoris. Em 2002 surgiu a iThink. No começo focada apenas em planejamento, oferecendo consultoria digital estratégica para as marcas que queriam ter ações no ambiente on-line. Durante quase uma década a iThink foi adequando seu posicionamento à evolução do mercado, que demandava nosso envolvimento além da fase do planejamento, atuando na implementação dos projetos desenvolvidos. Com isso a iThink passou a ser uma agência full service, tendo o planejamento como ponto forte e diferencial (que permanece até hoje), mas oferecendo todas as áreas do digital: criação, produção, mídia, etc. Seguindo o contexto atual do mercado em que tudo é digital, no ano passado nos posicionamos sob o conceito "Adding Value Agency" (agência que adiciona valor à marca do cliente). Isso porque acreditamos que a comunicação que agrega valor ao consumidor, independentemente do meio, oferece muito mais que uma simples mensagem publicitária. É o conteúdo produzido e disseminado por uma determinada marca para seu público, fugindo exatamente dos espaços publicitários já pré-definidos, que pode fazer a diferença no sucesso da sua estratégia de comunicação.

Como vem se dando a evolução da mídia digital? A fatia nas verbas de comunicação está crescendo e chegou a 13,4%. Há espaço para crescer até quanto, na sua opinião?

O digital é o meio que mais cresce e essa evolução deve seguir pelos próximos anos num ritmo aquecido. Ainda temos muito espaço para crescer, principalmente no Brasil, onde os investimentos pu­­blicitários nesse meio estão bem abaixo da realidade de muitos países e principalmente menor do que o tempo que o consumidor brasileiro gasta on-line.

O retorno que o anunciante tem no meio digital é o mesmo das mídias tradicionais?

O meio digital é o que oferece mais métricas e ferramentas de mensuração, mas todas as mídias dão re­­torno quando estão inseridas num consistente planejamento estratégico de comunicação, com a abordagem correta para cada meio.

Qual é o nível de qualificação dos profissionais dessa área? É correto dizer que, por se tratar de uma área relativamente nova, ela ainda é carente de bons profissionais?

Não é só digital que tem carência de mão de obra qualificada, mas é um dos segmentos que mais sofre com isso, pois vem crescendo em ritmo acelerado e acima da média dos demais meios. Porém a falta de profissionais qualificados é uma realidade do Brasil. O mercado já está trabalhando para resolver essa demanda, mas os desafios são abrangentes e complexos. Envol­­vem, inclusive, o meio acadêmico em prol da preparação dos profissionais que ingressarão no mercado de trabalho nos próximos anos. Esse é um trabalho contínuo. Nunca chegará ao fim.

A iThink é considerada a agência mais cobiçada por grupos internacionais. Quem está de olho na agência e como andam as negociações?

Estamos sempre conversando com os maiores grupos de comunicação do mundo. Atualmente a iThink é a maior agência independente com DNA digital do Brasil. Isso só faz aumentar o assédio desses grupos. Porém um negócio só será fechado quando tivermos a segurança de que a essência da agência será mantida com essa parceria. Não temos pressa.

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