Rafael Ziggy e Wagner Fontoura falaram sobre o perigo de perder tempo e dinheiro nas mídias sociais| Foto: Marco Antônio de Almeida/Divulgação

Fórum de Mídias

500 profissionais e estudantes participaram da quarta edição do Fórum de Mídias Digitais Sociais (FMDS), realizado teça e quarta-feira, em Curitiba.

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"Tem de observar os outros e entrar [na internet] com cuidado. Não existe receita mágica e a empresa vai ‘quebrar a cara’ se não entrar de forma planejada."

Luli Radafahrer, professor da USP e consultor de e-branding, inovação e comunicação colaborativa

Ricardo Cabianca: evento quer informar e formar

Estar presente nas mídias sociais parece simples e obrigatório, mas os especialistas da comunicação fazem um alerta às empresas que estão de olho nesse canal de relacionamento com os consumidores: esse não é um negócio para todos. Fazer uma boa análise da viabilidade de estar nas redes sociais e, em caso positivo, fazer um plano de negócios antes de entrar são ações essenciais, segundo os especialistas reunidos na quarta edição do Fórum de Mídias Digitais Sociais (FMDS), realizado terça e quarta-feira, em Curitiba. O encontro reuniu cerca de 500 profissionais e estudantes.

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Rafael Ziggy, publicitário que trabalha com planejamento digital e redes sociais na Africa Pro­­paganda, empresa do Grupo abc, comandado por Nizan Guanaes, conta que muitos clientes chegam na agência com uma demanda definida, pedindo a criação de um perfil nas mídias sociais. Ele diz que o profissional precisa analisar o que está por trás daquela necessidade que o cliente está apresentando, se ela é real ou se a empresa está simplesmente querendo seguir uma onda.

Não fazer essa análise traz riscos para o cliente, afirma Ziggy. Wagner Fontoura, sócio-fundador e diretor de planejamento da Coworkers Mídias Sociais, lembra que o relacionamento com pessoas sempre traz riscos, como o de não se fazer entender ou de buscar um público e atingir outro. E um problema ainda maior, aponta, é perder tempo e dinheiro na rede sem conseguir uma comunicação eficiente com o consumidor, ou seja, não alcançar os objetivos.

A palestra de abertura do FMDS foi de Luli Radafahrer, professor da USP e consultor de e-branding, inovação e comunicação colaborativa. Ele falou so­­bre a importância de a empresa ter um plano de negócio bem elaborado antes de se arriscar na rede. Para quem está entrando na internet agora, ele recomenda cautela. Radafahrer compara essa situação com a de um carro en­­trando numa rodovia em que já estão circulando diversos outros automóveis, em velocidades va­­riadas. "Tem de observar os ou­­tros e entrar com cuidado. Não existe receita mágica e a empresa vai ‘quebrar a cara’ se não entrar de forma planejada", completa.

Mercado é carente de profissionais

O publicitário Ricardo Cabian­ca, CEO do Fórum de Mídias Di­­gitais Sociais (FMDS), diz que o principal objetivo do evento é informar e formar o mercado, que ainda é carente de profissionais capacitados para atuar nas redes sociais. "A cada ano, mais empresas e pessoas querem entrar nesse mercado de trabalho", afirma ele. Segundo dados reunidos pelo IAB Brasil – In­­ter­­net Advertising Bureau, em 2010 o país atingiu a marca de 77 milhões de internautas, 202 milhões de celulares e se destacou como um dos países em que as pessoas mais passam tempo nas redes sociais. São mais de 20 milhões de e-consumidores no Brasil e, no ano passado, o segmento faturou mais de R$ 14 bilhões.

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"Esse cenário abriu inúmeras possibilidades de comunicação, relacionamento com o consumidor e marketing digital. Hoje, 90% das pessoas tomam uma decisão de compra baseadas na opinião de outros, mesmo que sejam desconhecidos em redes sociais. As empresas querem – e precisam – aproveitar esse novo caminho, mas ainda esbarram na dificuldade em encontrar pro­­fissionais qualificados para essa função", comenta Cabianca.

Além de investir em perfis nas redes sociais, é necessário saber monitorar a marca nesses canais, avaliar o resultado dos investimentos realizados e, acima de tudo, antecipar as tendências para se destacar. "Um profissional de mídias sociais precisa entender as características e pú­­blico de cada canal e estar sempre à frente, inovando em suas ações. Isso é o que fará sua marca se destacar no universo de mais de 65 milhões de brasileiros co­­nectados às redes de relacionamento", ressalta Cabianca.