Virar a fábrica do mundo em apenas 30 anos é o que se pode chamar de um verdadeiro milagre econômico. Mas, como tudo na China, o processo de desenvolvimento foi estrategicamente planejado pelo governo central. Desde o início das reformas econômicas, a China atraiu mais de 500 mil empresas estrangeiras e US$ 750 bilhões em investimentos produtivos.

CARREGANDO :)

Esse processo gradual teve início nos anos 80, pouco depois da morte de Mao Tsé-tung, com a criação das chamadas Zonas de Desenvolvimento Especial. A partir da segunda metade da década de 80, incentivos fiscais atraíram investimentos estrangeiros s primeiras cinco zonas, destinadas produção para exportação. O resultado foi um salto na produção de bens manufaturados e uma mudança no perfil exportador do gigante asiático. Em 1980, os produtos primários representavam 50% das vendas chinesas para outros países. Em 2000, essa participação caiu para apenas 10,2% Já os manufaturados passaram de uma fatia de 49,9% em 1980 para 89,8% em 2000.

Mas engana-se quem pensa que a China só exporta bugingangas, como brinquedinhos baratos e sapatos de plástico. Ainda nos anos 90, metade dos investimentos estrangeiros diretos dirigiam-se a setores industriais intensivos em mão-de-obra, como têxteis e vestuário, enquanto os outros 50% dividiram-se entre segmentos intensivos em tecnologia (como a indústria farmacêutica) e de capital intensivo (como refino de petróleo e fabricação de produtos químicos). Desde 2004, a China é o maior exportador do mundo de bens relacionados tecnologia da informação, como computadores, celulares e câmeras digitais.

Publicidade

Tudo isso, resultado do minucioso planejamento estratégico do governo central, que exige que as empresas que lá se instalam não levem apenas linhas de produção, mas tecnologia. Todos devem montar um centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Produto na China com engenheiros chineses. Ainda nos anos 90, multinacionais como Intel, Motorola e Microsoft instalaram laboratórios de pesquisa em tecnologia de telecomunicações no país. Hoje, há 750 centros de Pesquisa e Desenvolvimento de multinacionais no país. Os chineses aprendem com os estrangeiros e copiam.