O milho terá 117 mil hectares a mais no Paraná na próxima temporada, dos quais 50 mil devem ser "roubados" da soja. A estimativa faz parte do primeiro levantamento da safra 2011/12 realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) órgão ligado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os números foram divulgados ontem.
Com o avanço, o cereal passa a ocupar 882 mil hectares, contra 765 mil registrados no plantio de 2010. O avanço é de 15,3% sobre a menor área plantada desde a década de 70, quando começou a ser divulgada a série histórica. A recuperação foi atribuída pelos técnicos do Deral à valorização de 48% no preço pago ao produtor. De janeiro a agosto, a média da saca de 60 quilos chegou a R$ 22,78.
A soja, vendida em média a R$ 35,95 nesse período, teve valorização de 17% e deve ocupar 4,43 milhões de hectares 1% a menos que no plantio de 2010. A retração só não é maior porque o cultivo da oleaginosa exige menos investimento, analisa o Deral. A cultura segue na liderança dos principais produtos do agronegócio, com 78% da área cultivada no verão.
Com 882 mil hectares de milho e 4,43 milhões de soja, o Paraná espera produzir 6,86 milhões e 14,15 milhões de toneladas, respectivamente, com varições de 14% e -7,5%. Somando todas os grãos cultivados no verão, a produção paranaense deve ser de 21,72 milhões de toneladas, volume 1,7% menor que o de 2010/11. Esse cálculo leva em conta as médias históricas. Como a produtividade da última temporada surpreendeu, as projeções tendem a ser baixistas. Por outro lado, não está descartado novo avanço em produtividade.
O relatório do Deral deixa essa equação nas mãos da meteorologia. A previsão de volta do La Niña indica que o risco de seca que nem sempre se confirma na prática pode atormentar novamente os produtores. Por enquanto, os mapas dos meteorologistas indicam que o plantio, que começa nesta semana, deve ter clima neutro, ou seja, com tendência de chuva, umidade e temperatura dentro do considerado normal para esta época do ano.
O Deral confirmou retração também no feijão, de 12,2%. A leguminosa perde 42 mil hectares no verão, a maior parte para o milho. O cultivo ocupa 303 mil hectares e deve render colheita 5% menor que a de um ano atrás, ficando em 504,6 mil toneladas. Também perdem área para o milho produtos como batata e cebola.
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