A mineradora global Rio Tinto, pressionada por dívida líquida de quase US$ 40 bilhões, informou que vai cortar 13% de sua força de trabalho, reduzir investimento e ampliar venda de ativos enquanto lida com o colapso dos mercados de commodities.
A Rio vinha sendo pressionada para detalhar planos para reduzir empréstimos desde que o preço de sua ação caiu depois que a rival maior BHP Billiton desistiu de oferta de comprar a empresa por 66 bilhões de dólares no mês passado.
"Tempos difíceis pedem medidas drásticas. Eles atenderam todas as partes da equação. Eles entraram definitivamente em modo de sobrevivência, o que é apropriado dadas as circunstâncias do mercado", disse o analista Tim Schroeders, gerente de portfólio da Pengana Capital, em Melbourne.
A Rio Tinto informou que vai reduzir sua força de trabalho em 14 mil funcionários, incluindo quase 6% de seus próprios empregados e mais da metade dos trabalhadores terceirizados.
"Dadas as difíceis e incertas condições econômicas e a taxa sem precedentes de deterioração de nossos mercados, nossa prioridade é maximizar a geração de caixa e redução de dívida", informou o presidente-executivo da Rio Tinto, Tom Albanese.
"Vamos minimizar nossos custos de operação e de capital para patamares apropriadamente baixos até vermos sinais críveis e significativos de recuperação em nossos mercados, mas manteremos nossas opções de crescimento estratégico."
A Rio Tinto incorreu em uma dívida pesada com a aquisição no ano passado, por 38 bilhões de dólares, da Alcan, e prometeu levantar US$ 15 bilhões, a maior parte este ano, com a venda de ativos não essenciais.
Mas a queda nos preços das commodities e redução na demanda fizeram esses ativos valerem menos e a crise financeira global tornou mais difícil para potenciais compradores obterem crédito.
Albanese informou que as medidas anunciadas significam que a Rio Tinto não precisará vender novas ações para ajudar no pagamento de dívida.
Analistas afirmaram que as medidas devem ser suficientes para a Rio Tinto conseguir uma redução de dívida de 10 bilhões de dólares, como tinha planejado.