O salário mínimo deverá ser elevado a R$ 625 em janeiro, com alta de quase 15%, segundo novas projeções apresentadas ontem pelo governo ao Congresso Nacional. Até então, os cálculos oficiais mostravam que o valor subiria dos atuais R$ 545 para R$ 620. O motivo da revisão é uma estimativa mais realista para a inflação deste ano.

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Ao apresentar o projeto de Orçamento de 2012, em agosto, o Executivo optou por uma previsão mais otimista que a dos analistas de mercado para a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Agora, a taxa esperada subiu de 5,7% para 6,3%.

Desde o segundo governo Lula, os reajustes anuais do mínimo têm seguido uma fórmula que combina o INPC acumulado desde o aumento anterior e o crescimento da economia de dois anos antes. Conforme lei aprovada no início do ano, essa metodologia será seguida, pelo menos, até 2015.

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Graças à expansão do consumo e do investimento no ano eleitoral de 2010, o reajuste programado para janeiro significará o maior ganho real – acima da inflação – desde a adoção da fórmula. Pelos dados mais atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 7,5% no ano passado. Mas essa taxa ainda pode ser revisada até dezembro.

Valor redondo

Considerando as estimativas atuais para a inflação e a variação do PIB, o salário mínimo projetado para janeiro é de exatos R$ 622,73, contra uma projeção anterior de R$ 619,21. A praxe seguida pela administração petista, no entanto, tem sido a de fixar valores múltiplos de R$ 5 para o mínimo, com o objetivo de facilitar os saques em caixas eletrônicos. Pela legislação, o arredondamento dos va­­lores deve ser sempre para cima.

O novo cálculo deverá elevar em cerca de R$ 1,5 bilhão os gastos previstos com benefícios previdenciários e assistenciais, além de seguro-desemprego e abono salarial. Pelas contas da área econômica, cada R$ 1 a mais no salário mínimo significa custos adicionais na casa dos R$ 300 milhões ao ano.

Nas projeções apresentadas ao Congresso, o governo também reduziu a previsão de crescimento econômico para este ano, que saiu de 4,5% para 3,8%. Mas manteve a expansão projetada para 2012 em 5%.

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