O investimento em anúncios televisivos, apesar de alto, vale a pena dado o tamanho do mercado de livros didáticos para o setor público, que concentra quase 90% dos estudantes de todo país, ou 50 milhões de jovens e crianças. O sistema de compras do governo federal, conhecido como Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) vai atender com as compras deste ano cerca de 16 milhões de alunos de 1.ª a 4.ª séries, que receberão 115 milhões de livros. No Paraná, são 786,7 mil crianças. Um ótimo ganho em escala para as editoras vendedoras. Na edição de 2005, o MEC desembolsou R$ 160 milhões, sendo R$ 12,5 milhões destinados à Positivo. Só para o Paraná foram enviados quase 2 milhões de títulos de 13 editoras, e 80 milhões para todo o Brasil. As líderes do ranking de editoras são a Ática-Scipione, Melhoramentos e FDE.
Diferentemente da Positivo, que entrou em 2003 nesse filão, a Editora Base investe nas compras federais desde 1998, um ano após a criação do PNLD. No ano passado, abocanhou 2% desse mercado, e espera alcançar até 4% este ano, pois a coleção de 1.ª a 4.ª séries é o seu forte. Apesar de ser concorrente, a diretora, Oralda Adur, comemora a entrada do grupo Positivo nesse mercado. "Antes disso as editoras de São Paulo detinham 95% das vendas", explica, "o que tolhia a diversidade cultural."
Outro programa, o Penelem, passou a atender o ensino médio a partir deste ano. "Essa é uma ótima notícia, porque esses alunos praticamente não tinham livros", opina o presidente da associação das editoras, João Arinos. (HC)