Pouco depois de divulgar o boletim bimestral "Economia Brasileira em Perspectiva " com uma projeção de 3% para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano, o Ministério da Fazenda divulgou uma nota de correção pedindo que se desconsiderasse a página da publicação com as informações para o PIB e os investimentos. A explicação oficial para o erro na "estimativa do governos" é que os técnicos teriam usado uma tabela antiga e que ainda estariam revisando os números. As novas projeções serão anunciadas em outro dia, segundo assessoria de imprensa da pasta.
Esta é a primeira vez que o boletim fica sem dados estimados para o crescimento do PIB. A única indicação mantida era de que a economia estaria se expandindo a uma taxa anualizada de 4% até o final do ano, dado que o ministro Guido Mantega, tem reiterado em suas útimas apresentações. No mês passado, o Ministério do Planejamento reduziu de 4,5% para 3% do PIB a estimativa do PIB de 2012. O motivo era os indicadores ainda fracos da economia.
No último Relatório de Inflação, a expectativa do Banco Central era de 2,5%. No ano passado, a economia brasileira cresceu 2,7% do ano passado.Na segunda-feira, o mercado voltou a reduzir sua projeção para o PIB deste ano para 1,75%, segundo dados do boletim Focus divulgado pelo BC. Esta foi a terceira revisão consecutiva para baixo.
O boletim da Fazenda relatório destaca a expectativa para a inflação oficial neste ano, atualmente em 4,7%, próximo do centro da meta pra o IPCA de 4,5% este ano. E afirma que a recuperação da economia a partir do segundo semestre não teve pressionar os preços. Isso porque os níveis de utilização da capacidade instalada da indústria mostram que há espaço para o crescimento sustentável da produção. "Esses níveis garantem que a recuperação da atividade econômica não provocará pressões inflacionárias", afirma o documento.
O documento destaca ainda que a a participação dos investimentos no PIB cresceu 3,8 pontos percentuais. enquanto a do consumo das famílias recuou 1,2 ponto percentual. "Nos últimos anos, os esforços do Governo vêm no sentido de consolidar o investimento como principal responsável pelo crescimento econômico".
De acordo co o boletim, o cenário projetado para o mercado de crédito do segundo semestre deste no será "mais benigno". A explicação está na manutenção de baixas taxas de desemprego e no aumento do rendimento real das famílias, que "permitem inferir que está em curso uma normalização nas captações e empréstimos".
A Fazenda ainda destaca o cumprimento da meta do milênio de 25 nos de redução de pobreza definida pela ONU em 1990. "De 2003 a 2011, a taxa de pobreza no Brasil caiu 54% e estima-se que será reduzida em 70% até 2014", diz o documento.