Os portos brasileiros precisam dragar seus canais de acesso de forma contínua nos próximos anos, sob risco de sofrerem um "apagão portuário". De acordo com o coordenador-geral de programas do Ministério dos Transportes, Edison de Oliveira Vianna Jr., a falta de investimentos no setor nos últimos anos não causou grandes problemas até agora, mas para a economia brasileira crescer, os portos brasileiros precisam aumentar suas instalações e capacidade. Vianna falou sobre o assunto ontem, no primeiro dia de palestras do II Seminário Nacional sobre Dragagens, realizado em Antonina, litoral do estado.

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De acordo com Vianna, as administrações da maioria dos portos do Brasil têm dificuldade em executar as dragagens por falta de conformidade com a legislação ambiental, especialmente pelo rigor imposto pela resolução 344/2004 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A norma, baseada em lei do Canadá, estabelece os valores de toxicidade permitidos e exige vários estudos para que a dragagem seja liberada. Esse foi o principal tema do seminário, que termina hoje. "Não faz sentido copiar integralmente uma norma canadense e querer que ela se torne uma solução mágica para os problemas no Brasil", afirmou. Quando criada, a resolução estabeleceu prazo de cinco anos para ser revista, o que é defendido por autoridades portuárias de todo o Brasil.

Já os órgãos ambientais defendem a manutenção da norma. De acordo com o coordenador-técnico da Companhia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb), Eduardo Bertoletti, não há necessidade de se repetir estudos sobre o impacto ambiental de dragagem quando outros países já têm um sistema pronto. "A sensibilidade das espécies do Canadá é muito semelhante ao que temos aqui. Não é necessário quebrar a cabeça com algo que já está pronto", declarou. Também participam do evento, promovido pela Associação de Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento de Antonina (Ademadan), representantes dos portos do Paraná, de Rio Grande (RS), Rio de Janeiro (RJ), Caravelas (BA) e Vitória (ES), entre outros.

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