A ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, afirmou nesta terça-feira (1) que as críticas à reativação da Telebrás estão vinculadas ao receio da iniciativa privada de sofrer maior concorrência. "As críticas são precipitadas", disse em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, transmitido para rádios de todo o Brasil. A estatal foi reativada pelo governo federal para gerir o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
Segundo Erenice, a estrutura da Telebrás será "enxuta", para viabilizar "a massificação da banda larga no Brasil". Para a ministra, a internet no Brasil ainda é "lenta, cara e sem qualidade". Com o PNBL, o governo federal pretende massificar o acesso à internet rápida no país, a preço baixo - no máximo R$ 35 por mês - e com velocidade de 512 quilobits por segundo (Kbps).
De acordo com Erenice Guerra, a reativação da Telebrás foi a melhor opção para implementar o plano nacional de maneira rápida e eficiente. Com o PNBL, o acesso à banda larga no Brasil deve passar dos atuais 11,9 milhões de domicílios para quase 40 milhões em 2014.
A Telebrás será gestora da espinha dorsal da rede de transmissão de dados e, para isso, receberá uma capitalização de 3,2 bilhões de reais do Tesouro Nacional entre 2010 e 2014 para montar sua rede. A empresa também será responsável por implantar a rede privativa de comunicação da administração pública federal; prestar apoio e suporte a políticas públicas de conexão à internet em banda larga para universidades, centros de pesquisa, escolas, hospitais, postos de atendimento, telecentros comunitários e outros pontos de interesse público.Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que apenas 21% dos domicílios brasileiros têm acesso à banda larga, a maioria nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O estudo também mostra que o gasto com banda larga na renda mensal per capita é de 4,5% no Brasil, enquanto na Rússia é de 1,68% e nos países desenvolvidos, 0,5%.