Brasília (AG) – O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, reconheceu ontem, em audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara, que agiu com precipitação ao dizer que havia uma grande possibilidade de animais do Paraná terem sido contaminados pela febre aftosa, já que teriam tido contato com o gado do Mato Grosso do Sul. Rodrigues disse que ele próprio criou a expectativa negativa e agora os exames já realizados mostram que aparentemente não se trata da doença.

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"O que foi dito desde o primeiro momento é que era uma suspeita. Talvez tenha havido precipitação da minha parte porque na ocasião em que recebi o anúncio, uma sexta-feira à tarde, eu disse que a possibilidade de ser aftosa era grande porque os animais que estavam apresentando os sintomas tiveram contato com o gado contaminado no Mato Grosso do Sul. Acho que eu criei uma expectativa de que era aftosa e agora os exames estão dizendo que aparentemente não são", disse o ministro.

Rodrigues disse que a explicação do laboratório responsável pelo exame para a demora na divulgação do resultado final é que o exame é complicado e precisa ser repetido seguidas vezes. "Isso está atrasando o resultado. Isso é uma coisa horrorosa. Se tivesse uma definição que era aftosa, já teríamos executado todas as ações. Estava mais fácil. Não sendo, cria um constrangimento até para o país explicar lá fora. Não era, houve um engano, era um engano. Isso é ruim para nossa credibilidade. Estou muito preocupado com isso", afirmou o ministro

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Ao participar de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara, o ministro da Agricultura fez um desabafo. Disse que a agricultura passa por uma crise sem precedentes e que ele vai ser marcado como o ministro da crise. Rodrigues citou como exemplo a queda na renda no campo, a redução da safra de grãos em 20 milhões de toneladas, observou que a cotação do trigo e do algodão estão abaixo do preço mínimo e que o Ministério da Fazenda até agora não garantiu os recursos para comercialização da safra.

"Há uma crise sem precedentes na agricultura, na qual eu estou mergulhado até o pescoço", disse o ministro. Na audiência, Rodrigues disse que são justas as reivindicações dos técnicos da agricultura, que estão em greve.