O ministro de Finanças da Bélgica, Didier Reynders, disse neste hoje que gostaria de tornar-se diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), porém reconheceu que sua colega francesa, Christine Lagarde, é o nome favorito da Europa.
Questionado por um jornalista da televisão pública RTBF se estaria interessado no trabalho, Reynders respondeu: "Mas claro, há alguns empregos que ninguém pode recusar."
Reynders lembrou sua experiência de 12 anos sentando à mesa de negociações no FMI, além de seu trabalho como ministro das Finanças. Segundo ele, o cargo de diretor-gerente do Fundo seria "um emprego interessante, é claro, um trabalho onde é possível ter um impacto na economia e na política".
O ministro reconheceu, porém, que a ministra de Finanças da França é considerada a favorita na União Europeia pelo posto. A candidatura dela obteve o importante apoio da Alemanha.
Ontem, o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, expressou seu apoio ao nome de Lagarde, afirmando que ela é a melhor pessoa para o emprego. Além disso, notou o fato de que a francesa seria a primeira mulher a comandar o FMI em seus mais de 60 anos de história.
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, o líder do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, e o ministro das Finanças da Suécia, Anders Borg, já declararam seu apoio a Christine Lagarde.
Um acordo antigo entre Europa e Estados Unidos determina que um europeu fique no comando do FMI, enquanto um norte-americano lidera o Banco Mundial. Porém nações emergentes também desejam ter um papel maior nesses organismos. Apesar disso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na sexta-feira que o Brasil apoiará um candidato europeu para o cargo de diretor-gerente do Fundo.
O até então diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, renunciou no final da quarta-feira, após se envolver em um escândalo sexual.