O ministro de Finanças da Bélgica, Steven Vanackere, descartou neste domingo a possibilidade de criação de um imposto sobre riqueza, apesar das críticas crescentes de que os trabalhadores assalariados do país são os mais prejudicados pelo regime tributário atual. "Um imposto sobre riqueza é uma porta que devemos manter fechada durante esta legislatura", afirmou Vanackere, se referindo aos 30 meses até que a coalização de seis partidos coordenada pelo premiê socialista Elio di Rupo volte a enfrentar uma eleição.
Enquanto Vanackere concedia entrevista ao programa de TV dominical De Zevende Dag, a vice-premiê Laurette Onkelinx disse aos participantes de um congresso do Partido Socialista belga na cidade de Namur que estava pensando em "propostas para combater a especulação financeira". O líder do Partido Socialista, Thierry Get, afirmou recentemente que as receitas fiscais do país foram 75% vinculadas a salários e só 25% a ganhos de capital. No início deste mês, ele disse ainda que o pagamento de impostos de Mitt Romney, candidato republicano à Casa Branca, teria sido 15 vezes menor na Bélgica do que nos Estados Unidos.
O debate sobre um possível imposto sobre riqueza aumentou depois da tentativa do bilionário francês Bernard Arnault de adquirir a nacionalidade belga. Arnault, o quarto homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada pela revista Forbes em US$ 41 bilhões, negou que a busca pela nacionalidade belga tenha sido motivada pelo anúncio do presidente francês, François Hollande, de imposição de tributação sobre altos rendimentos. As informações são da Dow Jones.