A Irlanda buscará o resgate financeiro de credores internacionais, disse o ministro das Finanças irlandês neste domingo (21), encerrando semanas de especulação sobre a necessidade de o país ser ajudado.
'Eu recomendarei ao governo que nós deveríamos solicitar um programa e abrir negociações formais', disse o ministro Brian Lenihan à rede pública RTE. Segundo ele, um plano para reestruturar os bancos da Irlanda deve ser um ponto essencial.
Mudanças no imposto corporativo do país, porém, estão fora de jogo e inibiriam a capacidade de crescimento da economia, disse ele. A quantia que a Irlanda pretende pedir não seria uma 'soma de três dígitos', disse Lenihan, derrubando uma reportagem publicada neste domingo que sugeria um total de até 120 bilhões de euros.
Fontes disseram à agência de notícias Reuters que a Irlanda pode precisar de 45 a 90 bilhões de euros, dependendo da necessidade de ajudar apenas os bancos ou a dívida pública também.
Autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Comissão Europeia estão em Dublin desde quinta-feira com o objetivo de acertar um acordo para auxiliar os bancos irlandeses. Preocupações sobre o enorme endividamento dos bancos fizeram o custo de financiamento da Irlanda disparar.
Além de um plano de austeridade de quatro anos, o governo criará um programa para salvar o sistema bancário do país que envolve a reestruturação das folhas de balanço.
"Os bancos estão bem financiados como parte do Eurossistema, mas não podem continuar nessa situação para sempre", declarou Lenihan. "Precisa haver mudanças estruturais nos bancos, que coloquem eles de volta na estrada."
O setor bancário irlandês, trazido à beira do colapso por sua exposição à crise dos setores imobiliário e de construção, ficou dependente dos fundos do Banco Central Europeu (BCE) e viu um êxodo de depósitos nos últimos seis meses.