O Equador deveria impedir a exploração de um bloco petrolífero entregue à Petrobras, a fim de garantir a conservação da biodiversidade em uma das suas maiores reservas ecológicas, disse na quarta-feira o ministro de Energia, Alberto Acosta.
Quinto maior produtor de petróleo da América do Sul, o Equador move uma campanha para proteger a biodiversidade no parque Yasuní, um dos mais importantes do planeta, onde há também enormes jazidas de petróleo. Para isso, o país decidiu suspender a exploração econômica da área.
Embora o foco da campanha oficial seja o megacampo estatal de Ishpingo-Tambococha-Tiputini (ITT), onde há cerca de 1 bilhão de barris de petróleo, Acosta quer que a medida se estenda ao Bloco 31 -ainda não explorado, mas já outorgado à Petrobras .
"Seria muito interessante se se conseguisse ampliar a fronteira petrolífera. Mas acho que se salvarmos o ITT da exploração petrolífera, salvamos o Bloco 31", disse Acosta durante uma conferência sobre o futuro desse campo.
"Eu pessoalmente vejo que o Bloco 31 se rentabilizará só se sair o petróleo bruto do ITT, e talvez não seja tão atraente a exploração no bloco", acrescentou.
Yasuní é uma reserva de 982 hectares, onde são encontradas 40 por cento das espécies de mamíferos da Amazônia.
A exploração do Bloco 31 ameaçaria o ecossistema da reserva, segundo Acosta, e por isso uma opção seria incluí-lo dentro da fronteira petrolífera que começaria no ITT.
A Petrobras já confirmou seu interesse em explorar o Bloco 31, independentemente do que ocorrer com o ITT. A jazida em poder da estatal brasileira tem potencial para produzir cerca de 40 mil barris por dia, com investimentos de 300 milhões de dólares.
O presidente equatoriano Rafael Correa não se manifestou sobre a proposta, enquanto a Petrobras espera a entrega de uma licença ambiental para poder desenvolver o bloco. A licença foi suspensa em dezembro de 2005.
O governo examina várias opções econômicas para obter uma compensação econômica de cerca de 350 milhões de dólares que lhe permita suspender a exploração.
As propostas vão desde a criação de um fundo que se nutriria com aportes de organizações, uma troca de dívida com governos amigos ou colocações no mercado internacional de títulos com garantias do petróleo do megacampo.
A exploração do campo exigirá um investimento de pelo menos cerca de 3 bilhões de dólares, o que poderia incluir a habilitação de uma usina de processamento de petróleo para facilitar a comercialização do petróleo pesado extraído ali.
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