O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou nesta quinta-feira que a decisão de cancelar sua ida à Bolívia foi uma decisão política. Rondeau disse, ainda, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu à decisão do governo boliviano de regulamentar a nacionalização do refino de petróleo do país.

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- O presidente reagiu porque o assunto surpreendeu. A minha não ida representa uma reação política. Sinto uma posição firme do presidente de que as coisas não podem ser desse jeito. Se as relações não melhorarem não é por culpa do Brasil. O presidente tem sido claro e temos limites que têm que ser defendidos – afirmou o ministro.

O governo da Bolívia anunciou uma resolução que passa o controle do caixa das refinarias no país andino para a estatal boliviana YPFB, que ainda assume o poder exclusivo de comercializar os combustíveis nos mercados interno e externo. A Petrobras, que detém duas refinarias na Bolívia com capacidade total de 40 mil de barris por dia, abastece 90% do mercado boliviano.

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A resolução estabelece que a Petrobras terá de entregar os combustíveis produzidos para a YPFB, que comercializará os produtos no mercado interno e externo. Os compradores dos combustíveis depositarão os pagamentos diretamente em contas administradas pela YPFB, que terá ainda 30 dias para pagar às refinarias. Com a medida, os bolivianos passam a definir, inclusive, as margens de lucro sobre o refino e retiram a capacidade de gerência da estatal brasileira sobre as refinarias.