O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, admitiu nesta terça-feira (17) que a estagnação da economia do país, que para analistas financeiros está perto da recessão, surpreendeu o governo e o obrigou a executar um severo ajuste fiscal.

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“A equipe econômica tentou lutar contra a desaceleração” e usou “todas suas ferramentas fiscais”, mas foi “surpreendida” no fim de 2014 por um déficit fiscal equivalente a 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB), que supôs o primeiro resultado negativo em 13 anos, disse Barbosa perante uma comissão do Senado.

O ajuste fiscal, que a presidente Dilma Rousseff negou que fosse necessário durante sua campanha para a reeleição no ano passado, foi aplicado desde o início de seu segundo mandato, em 1º de janeiro, e foi uma das causas do mal-estar manifestado pelos cidadãos no domingo em grandes protestos.

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Barbosa assegurou que o fato de ajustar o gasto público e, além disso, aumentar a arrecadação pela via tributária não representa “uma negação do que foi proposto na campanha” e justificou as medidas no fato de que “as condições da economia mudam”.

Segundo o ministro, “já não há espaço fiscal” para manter os diversos incentivos à empresas privadas outorgados no marco do combate à crise internacional, pois “o financiamento público chegou a um limite” e agora a prioridade é garantir que não haverá um novo déficit nas contas oficiais neste ano.