O ministro de Finanças da França, Pierre Moscovici, disse neste domingo que o Banco Central Europeu (BCE) tem feito um trabalho notável ao defender o euro da crise da dívida que afeta alguns países do bloco econômico. Os comentários de Moscovici foram bem diferentes dos de seu colega Arnaud Montebourg, ministro da Indústria, que mais cedo criticou a instituição por sua inércia diante do baixo crescimento e do desemprego no bloco.
Em entrevista à rádio francesa Europe 1, Montebourg defendeu a desvalorização do euro. "Nossos concorrentes globais usam o câmbio", disse o ministro, citando como exemplo Japão e China.
Já Moscovici disse que o presidente do BCE, Mario Draghi, tem desempenhado o seu papel, que é o de "garantir estabilidade de preços, combater a inflação e assegurar a continuidade da existência da zona do euro, e tem feito isso muito bem". Mais tarde, em entrevista à rádio francesa RTL, Moscovici disse que, como ministro de Finanças, deveria limitar seus comentários sobre o BCE.
Mesmo assim, questionado sobre se o BCE deveria ter outros objetivos além da estabilidade de preços, o ministro disse que essa possibilidade pode ser considerada no futuro. "Minha impressão é a de que o BCE é capaz de receber e enviar mensagens", disse. "Não acho que a questão do crescimento não faça parte das preocupações (de Draghi)."
Moscovici, que se reunirá com Draghi e os ministros de Finanças da zona do euro na segunda-feira, disse que deve haver um diálogo discreto e direto com o BCE sobre essas questões, inclusive o câmbio. Ele ressaltou, no entanto, que não deve haver nenhum tipo de guerra cambial, depois de o G-20 ter determinado a abstenção do grupo nas desvalorizações competitivas.
Ele também reiterou que a França não terá mais medidas de austeridade este ano e negociará com Bruxelas uma extensão do prazo para atingir a meta de déficit público abaixo de 3% do PIB. As informações são da Dow Jones.
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