O ministro das Finanças do Japão, Yoshihiko Noda, prometeu agir "de forma apropriada" contra a valorização do iene, em linha com os princípios do G-7 (grupo das sete maiores economias do mundo). O comentário surgiu logo após o dólar atingir a mínima em 15 anos em relação à moeda japonesa, de 84,15 ienes. "Nós agiremos apropriadamente com base na essência do comunicado do G-7", afirmou Noda, durante entrevista a jornalistas.
O G-7 não emitiu seu comunicado usual nas duas reuniões realizadas neste ano, mas em um encontro, ocorrido em Istambul em outubro de 2009, o grupo divulgou declaração afirmando que o excesso de volatilidade e os movimentos desordenados nas taxas de câmbio têm "implicações adversas para a economia e para a estabilidade financeira". O G-7 também prometeu na ocasião "continuar a monitorar de perto os mercados de câmbio e a cooperar, caso necessário".
O tom das declarações do ministro foi um pouco mais forte que o usado anteriormente. No dia 12 de agosto, Noda mencionou a possibilidade de uma ação, mas não invocou a posição do G-7 sobre as moedas. A leve mudança na retórica destaca as preocupações em Tóquio sobre os efeitos que a valorização do iene poderá ter sobre a recuperação da economia do país. Mas poucos investidores acreditam que o Japão vai intervir em breve no câmbio.
Antes de falar a jornalistas sobre a possibilidade de uma ação apropriada em relação à valorização do iene, Noda realizou uma coletiva de imprensa de emergência no início do dia, na qual repetiu que iria "monitorar os movimentos do mercado com grande interesse e com extremo cuidado". No entanto, ele se absteve de comentar a possibilidade de uma intervenção no câmbio. O ministro também disse que a recente tendência de alta do iene em relação ao dólar e ao euro é "unilateral" e pediu medidas para combater a excessiva volatilidade e os movimentos desordenados das taxas de câmbio.
As declarações de Noda reforçaram a especulação de que o Japão não adotará nenhuma medida para conter a alta do iene. As novas observações indicam que o ministro afinou o tom de seus comentários depois de ver o impacto de sua própria entrevista sobre a alta do iene - que alcançou a máxima em 15 anos em relação ao dólar. Mas a modificação súbita nas declarações de Noda, que tem pouca experiência na condução da política monetária, apenas confundiu os investidores.
A forma desordenada do ministro para transmitir suas mensagens sobre o câmbio ao mercado está anulando o objetivo das declarações, destacaram analistas. Segundo Minoru Shioiri, da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities, o ministro quer mostrar que o governo poderá tomar uma medida contra a alta do iene, mas seus comentários sobre o G-7 "vieram muito tarde para convencer o mercado".
O presidente da Tokyo Stock Exchange (TSE, a bolsa de valores do Japão), Atsushi Saito, disse que o governo deveria agir para aliviar as preocupações sobre o fortalecimento cada vez maior do iene. "Pessoalmente, eu não gosto da ideia de uma intervenção no câmbio, mas o governo precisa agir para interromper a agitação do mercado", afirmou o executivo. "É importante que o governo sinalize que tem meios para intervir quando necessário. Agora, há a impressão de que não haverá intervenção, independentemente do que ocorra", acrescentou Saito. "A direção do mercado cambial não deve ser determinada pelas forças do mercado."
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