O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou nesta quarta-feira qualquer possibilidade de o governo fazer alterações no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo ele, os governadores, que estão reclamando de algumas medidas do pacote, ainda não tiveram tempo para avaliar todas as propostas anunciadas na segunda-feira. O ministro disse ainda que, quando o fizerem, "vão perceber que o PAC gera crescimento".
Mantega disse ainda que, mesmo com as desonerações anunciadas, a arrecadação tende a crescer a médio prazo por conta do estímulo à economia. Ele negou também a possibilidade de haver redução da meta de superávit para 3,5% para elevar a dotação orçamentária do Projeto Piloto de Investimento (PPI). Segundo ele, o impacto do PPI no superávit será de no máximo 0,5 ponto percentual, o que forçaria o governo a baixá-lo para no máximo 3,75%.
- Nós já mostramos as contas e elas mostram que, com o PPI, no máximo vai ter impacto de 0,5 ponto - afirmou Mantega, lembrando que a meta de superávit é de 4,25% do PIB.
Questionado se havia pressionado o Banco Central - que se reúne nesta quarta-feira para definir a nova taxa de juros Selic - quando brincou com o presidente da instituição, Henrique Meirelles, ao dizer que o mercado estava esperando mais reduções das taxas, Mantega disse que fez apenas uma brincadeira e que não houve pressão sobre a autoridade monetária.
- O Banco Central tem autonomia e o que eu fiz foi apenas mostrar dados de mercado - afirmou.
Mantega não quis fazer estimativas sobre a decisão do Comitê de Política Monetária do BC (Copom). No mercado, a expectativa é de que a Selic caia 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira, o que baixaria a Selic para 13% ao ano.