O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse ontem que não há "nenhuma crise" com a Argentina, apesar do aumento da medida de controle de importações àquele país, que entraram em vigor neste mês.

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Os importadores não só terão de apresentar uma declaração juramentada à Receita Federal antes de realizar uma compra como também deverão enviar uma nota de pedido, por e-mail, ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, indicando todos os detalhes da importação desejada. Segundo a Câmara de Importadores da República Argentina (Cira), as importações só poderão ser realizadas após aprovação da declaração e do e-mail.

"Não tem nenhuma crise nessa questão com a Argentina. O que existe com relação à Argentina são outras coisas. As exigências que o governo argentino está implantando a partir do mês de fevereiro são vistas pelos empresários brasileiros como um dificultador do comércio Brasil-Argentina, temos de esperar, aguardar a entrada em vigor dessas medidas e ver se isso vai ter impacto negativo no co­mércio ou não", disse Pimentel.

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Questionado sobre reclamações de empresários brasileiros quanto às medidas impostas pelas autoridades argentinas, Pimentel respondeu que "não podemos pressupor nada, temos de aguardar. A reclamação é sempre pertinente ao setor produtivo, é direito deles reclamar".

Empresários

Os empresários não parecem compartilhar da paciência do ministro. O presidente da Asso­­ciação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto, reclamou da regra argentina de pré-autorização de importações. "Todo o comércio está parado no Merco­sul. Por quanto tempo?", perguntou, defendendo retaliação.

"Vamos nos reunir para ver se vamos ter de produzir sapatos lá [Argentina] para poder continuar exportando. Nós e outras empresas estamos pensando nisso. Algumas já estão em estágio avançado, alugando prédios. São empregos que poderiam ser gerados no Brasil", disse Paulo Grings, diretor-presidente da Piccadilly.

Já a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) procura negociar com a Federação da Indústria Têxtil Argentina para que a nova medida não seja cobrada de parceiros comerciais do Mercosul. A entidade também pressiona o governo brasileiro para que atue energicamente contra as barreiras do país vizinho.

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