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Energia

Ministro quer acelerar Belo Monte

O início das obras da usina de Belo Monte, no Pará, deve ocorrer ainda neste ano, a depender da vontade do governo. Ontem, o ministro das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, garantiu que o projeto começa a sair do papel no máximo em setembro deste ano. Com o leilão vencido pela Chesf, estatal que lidera o consórcio Norte Energia, segundo Zimmermann, o governo tentará antecipar a assinatura do contrato de outorga. "Trata-se da usina mais planejada do mundo. Foram cinco anos de estudos ambientais e não podemos mais esperar", afirmou.

O ministro criticou a ação das organizações não governamentais (ONGs) que tentam evitar a construção da obra, considerando que tais atitudes não passam de "manipulações". "Não sou técnico, mas me reporto aos números. Foram mais de R$ 70 milhões gastos em estudos ambientais e, se for necessário, faremos algumas adequações. Esta inquietude é natural, mas Belo Monte precisa sair", afirmou, lembrando que o processo que tratou da construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, na cidade de Porto Velho, foi ainda mais penoso e sofreu com mais atrasos devido a questões ambientais discutidas na Justiça.

Zimmermann não descartou a possibilidade de a Chesf assumir integralmente a execução da obra, uma vez que detém 49% do consórcio. Considerando a possibilidade remota, assegurou que a estatal possui experiência e capacidade de comprar parte das demais empresas participantes do grupo vencedor do leilão da Belo Monte.

Índios

Enquanto o governo tenta acelerar a construção de Belo Monte, os índios da região protestam contra a usina paralisando a travessia por balsa no Rio Xingu na região que liga São José do Xingu a outros municípios da região Nordeste de Mato Grosso e Pará. Um dos efeitos da ação será o desabastecimento nos frigoríficos de Matupá e de Colíder a partir de segunda-feira.

A balsa tem capacidade para 300 toneladas (o equivalente a quatro carretas) e atende aos usuários da BR-080 na travessia do Xingu, sendo utilizada principalmente para o escoamento da produção de grãos e transporte de gado para frigoríficos.

O gerente de compra de boi do Frialto, Natalino Sanchez Filho, disse que só tem gado para abate até este sábado porque está fazendo remanejamento. "No sábado já vamos operar com apenas 50% da capacidade", informou. O grupo abate por dia 800 cabeças de gado.

Os protestos dos povos do Xingu se somam a outros que acontecem contra o leilão da usina Belo Monte. O cacique kaiapó Megaron Txcurramãe disse que desde a dia 19 cerca de 30 lideranças na aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto-Jarina, nordeste de Mato Grosso, quase na divisa com o Pará, estavam reunidas discutindo como de­­monstrar "indignação por venda de usina".

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