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 | José Cruz/ Agência Brasil
| Foto: José Cruz/ Agência Brasil

O novo ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, recomendou ontem que os brasileiros reduzam o consumo de energia elétrica. "Não é racionamento. Nós temos energia. Ela existe, mas é cara", afirmou. Segundo ele, "do mesmo jeito que estamos vendo a realidade em São Paulo, em que o consumidor está tendo que reduzir gasto de água porque há um problema hídrico, o setor elétrico está sendo vítima do ritmo hidrológico".

Para o ministro, os aumentos que virão nas contas, principalmente por meio do novo sistema de bandeiras tarifárias, indicarão ao consumidor que esse recurso está mais escasso e que é preciso diminuir gastos. "Se pudermos economizar, se pudermos controlar isso [esses gastos], ajuda para que possamos ter eficiência energética", explicou.

O ministro defende que a redução do consumo e de gastos na área elétrica trazem impactos positivos até sobre a tarifa. A pasta entende que o ritmo hidrológico está alterado, já que os reservatórios de água neste ano estão menores que em 2014. No entanto, o ritmo das chuvas não estaria "tão ruim quanto ano passado", segundo apontou Braga.

O ministro defendeu ainda que se combata a ineficiência elétrica, que pode ocorrer dentro da casa das pessoas, por meio do uso de equipamentos que consomem grandes quantidades de energia.

Ao mesmo tempo, disse que pretende trabalhar com a ineficiência "da porta para fora", trabalhando com as distribuidoras para modernizar a rede de distribuição, que inclui cabeamentos, transformadores e a iluminação pública como um todo. "São vários os setores que vão ser acionados para o aumento da eficiência", disse.

Postura diferente

A fala do ministro é mais uma prova da mudança de postura do governo federal diante de problemas que costumava "varrer para debaixo do tapete". O antecessor de Braga, o ministro Edison Lobão, afirmou mais de uma vez que não havia necessidade de economizar energia.

Braga afirmou ainda que o aumento médio da energia elétrica neste ano será "com certeza" menor que 40%. Sem responder de quanto será o reajuste, deu indícios de que o governo já está renegociando os prazos de pagamento dos empréstimos feitos ano passado pelas distribuidoras, que somam R$ 17,8 bilhões.

"Existe nesse momento uma reunião marcada pela Aneel para aprovação [do valor] da CDE", disse. Chamada "Conta de Desenvolvimento Energético", a CDE funciona como o fundo do setor elétrico, responsável por fazer todos os pagamentos de programas sociais e subsídios tarifários. A Aneel definirá, no próximo dia 20, qual será esse valor em 2015.

Após essa decisão, os consumidores saberão quantos bilhões terão de pagar a mais pela energia elétrica neste ano. O valor será repassado na forma de aumento na tarifa.

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