O ministro do Trabalho, Manuel Dias, disse nesta quinta-feira (25) que há uma comissão dentro do governo para decidir se o seguro-desemprego terá reajuste acima da inflação. Na semana passada, Dias havia dito à Folha de S.Paulo que já estava decidido que o benefício voltaria a ter aumento superior à variação dos preços. Diante da negativa da Fazenda, porém, ele voltou atrás."Não tem nenhuma decisão", afirmou nesta quinta-feira, ao deixar uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Na terça-feira, a Fazenda divulgou uma nota negando que houvesse decisão sobre o assunto e ressaltando que não é conveniente neste momento aumentar mais despesas. O governo tenta atualmente conter seus gastos para auxiliar o Banco Central no controle da inflação.
Segundo o ministro do Trabalho, a comissão que está discutindo o assunto é formada por integrantes dos ministérios do Trabalho, Fazenda, Planejamento e Casa Civil. A decisão precisa sair até quarta-feira, quando conselho responsável pelo seguro-desemprego (Codefat) se reúne.
Esse conselho tem representantes de governo, trabalhadores e empresários.Dias negou que o assunto tenha sido tratado na reunião de hoje com Mantega. Segundo ele, os dois conversaram sobre geração de empregos e sobre a viagem de Dias ao encontro do G20 em Moscou, na semana passada.
Seguro-Desemprego
A regra de reajuste do seguro-desemprego, que leva em conta a inflação passada e o crescimento da economia, deixou de ser usada no início deste ano para os benefícios acima de um salário mínimo (atualmente R$ 678).
Em vez disso, o governo passou a reajustar as faixas superiores com base apenas na variação de preços registrada pelo INPC. Na prática, isso significou uma correção de cerca de 6,2%, em vez dos 9% que estariam garantidos pelo modelo em vigor até então.