Preocupado com demissões causadas por uma possível venda do banco HSBC, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, recebeu deputados da bancada do Paraná para discutir o assunto. O ministro se mostrou disposto a negociar para evitar que mais demissões aconteçam, mas deixou claro que a decisão empresarial é do setor privado e não cabe ao ministério. “Queremos solucionar, mas temos que conversar com o HSBC antes de tomar qualquer iniciativa”, disse Dias. Cálculos dos parlamentares apontam para 11 mil empregados no Paraná atrelados às atividades do HSBC. Os deputados estimam que, no País, seriam 20 mil vagas fechadas.
Os parlamentares também estão preocupados com a perda de receitas que o banco proporciona. O ministro do Trabalho afirmou ainda que conversou com o presidente do HSBC, André Brandão, e que marcou uma reunião com os parlamentares e o dirigente do banco para conversar sobre o impasse. “Toda negociação deste tipo passa pelo governo, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pelo Banco Central”, justificou, ao ser questionado sobre como o governo poderia intervir em uma negociação privada.
O deputado João Arruda (PMDB-PR) quer que o governo condicione e busque, junto com o banco, a manutenção do emprego. Sobre as receitas que o banco gera, o deputado Enio Verri (PT-PR) afirmou que as empresas de call centers, por exemplo, demitirão os funcionários ligados ao banco.
O governo terá tempo para negociar os empregos. O ministro Manoel Dias ressaltou que, como não existe uma decisão sobre a venda, o governo tem tempo para buscar alternativas. “O tempo não será curto e nós vamos envolver todos os órgãos do governo nessa negociação”, ponderou. O Ministério da Fazenda enviou um representante para a reunião.
O Brasil tem demitido mais do que contratado em 2015. No mês passado, o País fechou 115.599 vagas de emprego formal.
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