O ministro Rui Costa, da Casa Civil, deve propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a substituição do atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Costa pretende emplacar Marcus Cavalcanti, seu aliado e secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, como o novo líder da companhia.
De acordo com uma apuração do jornal O Globo publicada nesta segunda (20), a substituição deve ocorrer por conta da queda de braço de Prates e o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, que vem pressionando por uma redução do preço dos combustíveis após a queda da cotação do petróleo no mercado internacional.
Costa, no entanto, negou a possibilidade e disse que "apesar de ser citado nesta matéria, quero informar que não fui procurado e nem ouvido antes da publicação". "As informações citadas com meu nome não são verdadeiras", completou.
Prates tem resistido a diminuir o preço dos combustíveis de imediato, e disse neste final de semana que os ajustes não devem ser feitos dia a dia como ocorria com a política do Preço de Paridade Internacional (PPI), suspensa no primeiro semestre do ano.
“A grande virtude da atual estratégia comercial da Petrobras é prover estabilidade e previsibilidade. Quem alardeia coisas sem esse sentido, ou não entende como viabilizar a missão passada pelo presidente, ou está querendo criar crise onde não existe”, disse em entrevista neste domingo (19).
Atento à movimentação nos bastidores, Prates tem buscado ampliar a base de apoio entre os conselheiros representantes dos acionistas minoritários. Atualmente, o governo detém seis dos onze votos no conselho, mas três deles são vinculados a Silveira.
Na tentativa de resistir à pressão, Prates convidou acionistas minoritários para um jantar prévio à votação do plano estratégico da Petrobras. Ele busca formar uma aliança que possa garantir seu respaldo, argumentando que os minoritários podem preferir apoiá-lo a aceitar um novo presidente indicado pelo governo.
Nos bastidores, a briga se concentra na proposta da diretoria para a transição energética nos próximos cinco anos, que prevê investimentos de R$ 5 bilhões em energia eólica.
Tanto aliados de Silveira quanto acionistas minoritários reclamam da falta de detalhes sobre os investimentos e questionam a viabilidade financeira, especialmente em setores como fertilizantes, estaleiros e a entrada de um novo sócio na petroquímica Braskem.
Conselheiros também alegam falta de acesso aos diretores e a Prates para discutir o plano estratégico. A tensão atingiu o ápice em outubro, quando Prates reagiu negativamente à proposta de baixar o limite de valor para projetos de transição energética a serem avaliados pelo conselho.
Na próxima quinta-feira (23), o conselho votará o Plano Estratégico da Petrobras para 2024-2028. Mesmo que Prates consiga a aprovação do plano, sua permanência no cargo permanece incerta, evidenciando a instabilidade nos altos escalões da estatal.
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