Campos do Jordão Os bancos centrais de todo o mundo vivem, neste momento de turbulência internacional, um período de testes para as suas atuações, em meio a um sistema financeiro globalizado, com desenvolvimento tecnológico, e abertura de mercados. A avaliação foi feita na noite de quarta-feira pelo presidente do Banco Central do Brasil (BC), Henrique Meirelles, durante a abertura de congresso internacional promovido pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
Em relação ao impacto, no Brasil, da recente turbulência nos mercados financeiros globais, Meirelles acha que não há dúvidas de que o país é um dos pontos de estabilidade e todos concordam que há uma melhora da percepção macroeconômica brasileira. Ele citou especificamente a trajetória de desinflação, o desempenho do balanço de pagamentos e a manutenção do superávit primário. "Tudo isso reforçou a resistência do Brasil a choques", garantiu.
Além disso, o presidente do BC afirmou que diversos fatores vêm contribuindo para o crescimento da economia nacional: a expansão da renda real, a recuperação dos investimentos, o aumento do mercado de crédito e a "significativa flexibilização da política monetária implantada desde setembro de 2005".
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o mercado interno está "bombando e vai ajudar o Brasil a sofrer pouco na eventualidade de uma crise internacional. Ele aposta que os consumidores brasileiros são um dos trunfos para que o país continue a crescer. "O grande trunfo que nós temos além do saldo da balança comercial e das reservas internacionais é que o que está puxando a economia brasileira é o mercado interno. O nosso mercado interno está bombando, afirmou.
De acordo com o ministro, o grau de abertura da economia brasileira é de 23% soma das exportações mais as importações em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) , o que significa que o mercado interno é responsável por 77% do que é consumido no Brasil.
Mantega voltou a repetir que, no pior cenário, as turbulências nos mercados internacionais afetarão o crescimento mundial, principalmente da China. A conseqüência para o Brasil seria uma redução do saldo da balança comercial, de US$ 5 bilhões a US$ 10 bilhões, e uma pequena elevação no valor do dólar.