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FMI

Ministros vêem progresso no comércio

Ministros das Finanças levantaram neste domingo uma perspectiva de avanço nas negociações mundiais sobre comércio, mas não conseguiram diminuir as diferenças sobre os planos de dar mais voz a economias emergentes no Fundo Monetário Internacional (FMI).

O risco é que o FMI provoque mais descontentamento com sua redistribuição de "assentos e ações" e prejudique ainda mais sua imagem no Terceiro Mundo, onde já há críticas sobre suas políticas.

A mudança pretende corrigir a representatividade menor de países como a China, que tem menos votos do que Bélgica e Holanda, mesmo com sua economia, a quarta do mundo, representando duas vezes as dos dois países europeus juntas.

O plano vai aumentar imediatamente as cotas de China, Coréia do Sul, México e Turquia, e será seguido por outra reforma.Índia, Argentina, Brasil e Egito, descontentes com seu poder na economia mundial, emitiram comunicado classificando a proposta de "perturbadora".

O ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, disse que ficou mais otimista depois das negociações em Cingapura sobre as chances de progresso nos debates comerciais, suspensos em julho devido a desavenças sobre produtos agrícolas.

- Em todos estes anos em que participei de reuniões do FMI, nunca vi um debate tão determinado a chegar a uma conclusão nas negociações comerciais - afirmou Brown, que fez as declarações como presidente do principal comitê do FMI.

Brown disse que os ministros de Finanças ficaram "animados" a chegar a um acordo, frente à crescente onda de protecionismo que representou uma ameaça à economia global.

Ele acrescentou ainda acreditar que Pascal Lamy, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), poderá agora fazer progresso em direção a um acordo até o final do ano.

- Acredito que ele estará em uma posição, com o entusiasmo, mas também com a determinação manifestada hoje (domingo), de avançar nas negociações - disse Brown sobre Lamy, que também falou com os ministros.

Brown afirmou ainda que a determinação manifestada pelo novo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, também deu otimismo sobre um avanço na Rodada de Doha.

Mas enquanto ele falava, o ministro de Comércio da Índia, Kamal Nath, jogava água fria nas chances de um avanço ao dizer que muitos indianos dependem da terra para viver, o que não permitiria mais abertura do mercado para importações de bens agrícolas.

- Não há chance de a Índia fazer concessões em relação à agricultura, porque nosso tema é de subsistência - disse Nath a jornalistas.

A Índia também lidera a objeção a mudanças na direção do FMI, formado por 184 membros, para melhorar a representatividade de economias emergentes.

A proposta, que Brown afirma ser a maior mudança no Fundo em uma geração, tem aprovação quase garantida na votação desta segunda-feira. Mas o plano mostrou falhas na redefinição da função do FMI em um mundo onde menos países estão recorrendo a seus empréstimos de emergência e grandes países cada vez mais ignoram seus conselhos políticos.

- Infelizmente, a nova fórmula de cotas aponta direção contrária - disse Felisa Miceli, ministra da Economia da Argentina. - Ela entra em confronto com a o objetivo de melhorar a legitimidade do Fundo.

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