A missão técnica européia que virá ao Brasil conferir como é feito o controle sanitário na produção de carne vai escolher uma região para visitar no Paraná, disse ontem o chefe de Fiscalização da Secretaria Estadual da Agricultura, Silmar Bürer, no lançamento da campanha de vacinação contra a aftosa. Ele contou que são esperados nove veterinários para a vistoria, que deve ocorrer nos dias 15 e 16 de novembro.
O Paraná cumpre a segunda fase da campanha de vacinação contra a aftosa entre 1.º e 20 de novembro ao mesmo tempo em que se prepara para a avaliação. Os técnicos europeus chegam ao Brasil dia 6 e voltam à Europa dia 19. Eles devem percorrer também os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini, defendeu ontem a importância de os criadores vacinarem 100% do rebanho de 9,4 milhões de bovinos e bubalinos. Por outro lado, disse que a campanha não vai decidir a situação. "Teremos uma campanha normal, tranqüila, com imunização próxima de 100%." Bianchini argumentou que os esforços para atender às exigências sanitárias internacionais são intensos desde outubro de 2005, quando o estado foi posto sob suspeita, e abrangem a ampliação da equipe de fiscais e investimentos no sistema de controle dos animais em trânsito.
A missão européia, segundo Bürer, deve percorrer uma região que tenha e outra que não tenha rastreabilidade informatizada. "Eles vão escolher essas áreas. Vamos acompanhá-los onde for preciso." A União Européia estava entre os principais importadores de carne do Brasil antes da imposição do embargo internacional, em 2005.
A missão européia não tem poder para devolver ao Paraná ou ao Brasil o status de área livre de aftosa. Essa condição só deve ser restabelecida após visita de uma missão técnica da Organização Internacional de Epizootias (OIE), que ocorrerá em dezembro, em data a ser definida. No entanto, como os importadores europeus tendem a se guiar mais por seus próprios representantes, a importância das duas visitas são equivalentes, avalia o secretário da Agricultura.
A vacinação se tornou fator decisivo para valorização do rebanho também em âmbito interno, defende o pecuarista Renato Trombini, de Palmeira. Ele cedeu sua fazenda, a Cabanha Rosazul, para o lançamento estadual da campanha da aftosa, ontem pela manhã. No local, cria 700 cabeças de gado nelore para melhoramento genético. Para conseguir vender um reprodutor por R$ 3,5 mil, relata, depende de uma contínua expansão do mercado.